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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1202 - 1300 (1867 - 1868)
    • 1279 - à Sra. Marquesa de Houdetot
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1279 - à Sra. Marquesa de Houdetot

Diligências  para um preceptor.

 

Chaville, 2 de março de 1868

 

Senhora Marquesa,

 

Vi ontem o preceptor que me havia sido indicado para seu caro filho. Seu nome é Bonnald, tem 39 anos. Tudo o que vi dele nesta primeira entrevista é extremamente em seu favor.

 

O Sr. de Caulaincourt poderá, aliás, tomar mais amplas informações com o Sr. Conde de Guébriant, 14, rua Saint Guillaume. O Sr. Bonnald passou muitos anos nessa família. Deve voltar a ela daqui a dois anos para a educação do segundo filho do Sr. de Guébriant, o mais velho tendo entrado num colégio para estudos especiais, para se preparar à carreira militar.

 

O Sr. Bonnald me parece ser um cristão sincero e bem esclarecido. Está atualmente em excelentes condições no que toca a seus interesses próprios, mas não quer continuar nelas porque não , conscienciosamente, que possa fazer algum bem a um aluno que não tem gosto nenhum para o trabalho e não cumpre os deveres mais essenciais de religião, nem a Santa Missa no domingo. Está, portanto, determinado a não ficar nessa posição.

 

Acho que o Sr. Bonnald é muito capacitado para preparar um jovem ao bacharelato.

 

É perfeitamente simples e sem pretensão em suas maneiras. Porta-se bem, conversa bem, mas não tem a elegância de um homem da sociedade, sem que haja nada nele, todavia, que cheire nem a falta de jeito nem o embaraço. Noto essa circunstância porque me parece um indício de costumes modestos e deferentes que manteriam o Sr. Bonnald em seu lugar, sem criar para a Senhora nem para a Sra. dHurbal nenhum constrangimento nem mal-estar. Pressenti também, nos pormenores que me dava, que se poderia esperar dele para seu aluno os cuidados prudentes e afetuosos que os pais têm de pedir de um preceptor.

 

Tinha, disse-me, na família do Sr. de Guébriant, 300f por mês e se tinha reservado, ao menos para o tempo que se passa em Paris, algumas horas no domingo, para visitar alguns amigos, em particular o saudoso padre Pereyve, sacerdote tão distinto e de um tão lindo talento. Talvez consentisse em contentar-se com vantagens um pouco menores se achasse, como aconteceria junto de você, Senhoraurbal Hur

, tudo o que poderia lhe convir moral e cristãmente.

 

Desejo muito que o Sr. de Caulaincourt veja o Sr. de Guébriant e converse em seguida, se for o caso, com o Sr. Bonnald. É uma grave responsabilidade, a de escolher um preceptor e não ousaria tomá-la sozinho.

 

O Sr. Bonnald reside, em seu novo e provisório emprego, na rua Truffaut, 25 nas Batignolles. Desejaria, no caso de se ter de vê-lo, que o fizessem vir, indicando-lhe um lugar de encontro na rua Saint Florentin ou de outra maneira. Está livre quase somente à noite, das 8 às 10h. Não achei, Senhora, dever esconder-lhe seu nome, que me pediu. Disse-me ter encontrado muitas vezes, nos passeios, seu caro filho, sem ter tido ocasião de falar com ele.

 

Acreditei pressentir que um eclesiástico lhe teria sido mais conveniente. Para a Senhora, e para a Sra. dHurbal, concebo bem que teriam preferido assim, mas parece-me que, na idade do Sr. Richard, um leigo seguro, instruído, sinceramente cristão, será mais ativo, mais disponível, dando-lhe, no entanto, as mesmas garantias. Acha-se, aliás, mais dificilmente um preceptor eclesiástico que reúna as qualidades desejáveis, porque é somente por exceção que eclesiásticos de um verdadeiro mérito podem e querem consagrar-se a educações  particulares.

 

Aliás, na minha conversa com o Sr. Bonnald, não prejulguei, de maneira alguma, a decisão a intervir. Queria reservar-lhe inteiramente, Senhora, assim como à Sra. dHurbal e ao Sr. de Caulaincourt, julgar por si mesma o que será o mais vantajoso no interesse de seu caro filho.

 

Tenho sempre em memória a lembrança de sua tão saudosa avó. Rezo por ela e pela família aflita que consolará, espero, do alto do Céu.

 

Queira aceitar, Senhora Marquesa, e partilhar com a Senhora sua mãe, todos os meus sentimentos de bem respeitoso devotamento em N.S.

 

                                               Le Prevost

Já que me permite ser também o amigo de seu caro filho, ofereço-lhe minhas bem afetuosas lembranças.

 

P.S. Nenhuma dificuldade para o repetidor.

 




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