Indicações
para a fundação do Círculo militar. Notícias da obra dos Jovens Operários de
Montparnasse.
Nazareth,
24 de março de 1868
Caríssimo amigo e filho em N.S.,
Acho que recebeu uma carta minha, mais um
telegrama enviado pelo Sr. Myionnet da minha parte para anunciar-lhe a saída do
Sr. Girard que, nesta hora, já deve estar perto de você. Sua chegada e o que
pôde dizer-lhe de viva voz devem ter tranqüilizá-lo. Cada um vela com atenção,
para que sua ausência faça sofrer o menos possível sua obra. Salvamos o mais
essencial, os bons se manterão, mas os fracos sentirão sempre a falta do apoio
ordinário.
Tudo está bem do lado do Sr. Meurinne.
Respondeu-me uma boa carta delicada, conserva todas as suas disposições
favoráveis. Só que não tinha recebido nenhum aviso de sua saída. Na véspera do
envio de minha carta, tinha somente sido informado pelo Sr. Lesort de que você
estava em Roma.
O Sr. Le Rebours o avisa de que o Sr. padre Gay
está em Roma, no Seminário francês. Convida-o a visitá-lo. Acha que, por ele,
poderia entrar em relação com o Sr. Roger de Gontaud que, estando em Roma sem
ocupação, lhe seria muito útil para colaborar na obra dos Zuavos. Não sei se
esse Sr. de Gontaud é filho da Senhora Condessa de Gontaud. Precisaria saber
exatamente pelo Sr. Gay que aptidão teria para o Círculo. Acho que deve tender
(com circunspeção, todavia, e sério exame) a suscitar agentes dignos e
dedicados para essa obra. O Sr. Girard terá necessidade de ser grandemente
ajudado, mas Deus proverá se orarmos e se tivermos firme confiança nele.
Pensamos um pouco em convidar o Sr. Cochin a
vir, à noite do Domingo de Ramos, falar aos jovens. Haveria uma pequena reunião
somente para eles. O Sr. Vrignault estaria presente e, no fim, o P. Foinel
poderia recomendar calorosamente o retiro.
O Sr. des Francs me avisou, da maneira mais
formal e mais decidida, que teria necessidade de 10 000f ao menos para julho.
Deu-me razões de sua insistência que me pareceram sérias. Acho que o indisporia
gravemente se não lhe desse satisfação. Será uma dificuldade custosa para você.
Esperemos em Deus e em São José.
Vou, desde já, à casa do Sr. Thenon para ver se
o arranjo de que o Sr. Girard lhe disse uma palavra, sem dúvida, pode chegar a
uma conclusão satisfatória. É também negócio grave e difícil de execução.
Ponha-o aos pés dos Santos Apóstolos.
Uma palavra sua ao R.P. Foinel e ao Sr.
Vrignault poderia, talvez, ser útil para sustentar e aumentar ainda seu zelo.
Adeus, meu caríssimo filho. Não estamos, de
costume, tão longe um do outro, mas em Deus as aproximações são rápidas. Usemos
delas, aguardando que sua volta as realize sensivelmente. Todo o mundo aqui o
ama como eu, senão tanto quanto eu.
Seu amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
Boa lembrança ao Sr. Boucault e a todos os
nossos amigos.
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