Agradecimentos
por sua correspondência regular. Papel da ação em comum: “a afeição e a boa
vontade não bastam para manter a união de uma sociedade, precisa andar e agir
juntos”. Notícias da fundação de Roma. Detalhes da vida caseira.
Chaville, 29 de março de 1868
Caríssimo amigo e filho em N.S.,
Agradeço-lhe pelas duas boas cartas, tão
interessantes por todos os fatos e detalhes de que estão repletas, que me
escreveu. Tenho às vezes escrúpulo por encorajar essas correspondências
freqüentes que aumentam notavelmente suas ocupações já múltiplas. No entanto,
vejo nisso grandes vantagens para a boa união de nossa pequena família. O Sr.
Marcaire sendo sóbrio demais em efusões e o Sr. Caille sobrecarregado demais
por trabalhos, pouco a pouco, a casa de Amiens, uma das mais antigas e das mais
amadas entre nós, tendia a se isolar e a tornar-se quase estrangeira ao
movimento comum. Então, sem abundar num excesso contrário, estou feliz, e nosso
Conselho também, por sentir essa cara obra viver mais intimamente e mais
sensivelmente conosco. A afeição e a boa vontade não bastam para manter a união
de uma sociedade, precisa também andar e agir juntos. Quando o coração não bate
mais, se diz: a vida apagou.
Bendigamos a Deus pelos poucos progressos que
parecem fazer a regularidade da comunidade e o espírito das obras. Refiramos
tudo a Ele, fazendo todas as coisas como se dependessem somente de nossa ação.
Não se mate, todavia, poupemo-nos para atuarmos mais tempo. Recomendo-lhe
insistentemente, com muita insistência mesmo, que se poupe no domingo
sobretudo, muito cansativo para você. Fale o menos possível, faça com que os
Padres o ajudem: se um não basta, estou persuadido que darão dois.
Não vi a Senhora de Varax, não achava que
estivesse em Paris. Ao
deixar Amiens, teve a amabilidade de me escrever uma pequena carta para me dar
notícias suas e me recomendar ainda velar a que você pense na estação de águas
para completar a cura de sua laringe. Dizia-me que retornava a Montcoy, para
onde lhe enderecei algumas palavras de resposta.
Disseram-me hoje que os objetos que pediu
estavam prontos e iam ser expedidos. Indiquei que devia ser acrescentado um São
Vicente, como queria.
A Obra do Círculo vai bem em Roma. Todas as
dificuldades aplainadas e todos os consentimentos obtidos, foi alugado o
Palácio Torlonia, ao menos a coisa parecia segura pela última carta do Sr.
Maignen. Ele só poderá voltar depois da Páscoa. Para tornar sua ausência menos
gritante aos olhos de seus amigos, fico em sua casa nos quatro primeiros dias
de cada semana. Minha presença é pouco útil, mas salva a posição.
Nada fica absolutamente determinado para o
retiro. O P. Eymard prometeu condicionalmente. Seria, acho, para o dia 26 de
abril. Vou informá-lo melhor daqui a pouco.
As camisas limpas para o Sr. Marcaire são
necessárias, a forma deve ser escolhida entre vocês.
Mande-nos os nomes das duas crianças que estão
com o Sr. Bayle, veremos com a casa dele o que podemos fazer. Aceitam as
condições da nossa?
Se não respondo a tudo aqui, assinale as
lacunas. Não tenho sua primeira carta, devo tê-la deixado em uma das quatro
casas onde deito agora sucessivamente.
Em anexo o anuário, adapte-o, para os pontos de
detalhe: hora, dia, etc. às suas necessidades próprias, guardando o essencial
enquanto possível.
Adeus, caríssimo amigo, não a você somente, mas
a todos também. Suas cartas me dão o meio de trazer a vida de Amiens aqui. Que
as minhas levem a nossa entre vocês. Esse intercâmbio fará o pulsar comum de
nossas duas existências.
Seu amigo e Pai ternamente devotado em N.S.
Le Prevost
Incite o Sr. Caille a me escrever algumas
vezes. Precisa, mesmo, que não se apague por uma humildade excessiva.
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