Encorajamentos
face às dificuldades encontradas para estabelecer a obra nova. Notícias do
Círculo de Nazareth.
Paris,
31 de março de 1868
Caríssimo filho em N.S.,
Tomamos uma viva parte nos cuidados que lhe
causaram os incidentes da obra que o conduziu a Roma. Mas você se terá firmado,
acho, pelo pensamento de que as contrariedades e penas são o sinal manifesto da
bênção de Deus nas coisas que se empreende para seu serviço. Senão, não se
rezaria bastante, se confiaria em si mesmo e o sucesso seria atribuído a si
mesmo se fosse obtido. Reze muito, então, caro amigo, humilhe-se em sua
indignidade e em sua incapacidade, e, em seguida, vá com firmeza, Deus estará
perto de você.
O Sr. Paillé está chegando da casa do Sr.
Keller, cujo parecer foi tomar da minha parte. O Sr. Keller está totalmente de
sua opinião. Acha que precisa, a não ser que haja oposições e resistências
superiores às quais não se possa resistir definitivamente, passar adiante e
deter-se no Palácio Torlonia. Suas razões são as suas: local um pouco fora do
movimento, vizinho das casernas e do hospital. É sobretudo por aqueles que
faltam de apóio que o Círculo é feito: esses saberão vir procurá-lo fora dos
passeios. Será feito, se for o caso, algo especial para a legião de Antibes,
afastada demais do Palácio Torlonia.
O Sr. Meurinne veio ao Círculo no domingo. Foi
amável com os jovens, mas manifestou ao Sr. Paillé alguma inquietude e tristeza
por sua ausência prolongada, considerando-a como bem prejudicial neste momento
para os interesses do Círculo dos Operários. Insiste para que volte sem falta
logo após a Páscoa. Nem tenho a certeza de que o Sr. Paillé tenha ousado
confessar-lhe que você não poderia voltar antes.
O Sr. Vrignault o escreve para você, estará em
Roma para o dia 1o de maio. Se, portanto, deixou essa cidade no dia
15, haverá apenas uma breve lacuna até sua chegada. Não dê lugar importante
demais ao Sr. Boucault, com receio de ele prevalecer-se demais na sua ausência.
O Sr. Myionnet, no domingo, passou a noite no
Círculo, onde foi bem acolhido. O Sr. Decaux virá no domingo à noite e falará
aos jovens. Usamos todas as industrias para que fiquem fiéis e venham ao
retiro. Mas esses meios não passam de expedientes e não terão eficácia por
muito tempo.
Queria escrever uma palavra a meu caro filho
Girard, agradecendo-lhe por sua boa pequena carta. Fico satisfeito por ele ter
um pouco de saudade, mesmo em Roma, de sua vida estudiosa e calma de Chaville.
Valia mais para ele, sem dúvida, na ordem ordinária das coisas, mas, já que
Deus o atraiu para outro lugar, é que será definitivamente melhor para ele
assim. Que tenha confiança, seus estudos sofrerão apenas momentaneamente. Uma
vez assentadas as coisas, a regularidade e a calma suficientes voltarão. Que
procure em Deus sua paz, ela descerá ao seu coração. Envio a carta para sua
irmã.
O jovem Conort, antigo membro do Círculo, veio
me consultar sobre o caminho que deve seguir. Sua saúde melhorou. Sente
inclinação para a vida religiosa, sem me ter precisado em que
Congregação. Pareceu-me que pensava em nós, ele o consultará
na sua volta.
Para os Srs. Tenon e Girodon, estão sempre bem
dispostos, mas fixarão seu sentimento somente após a Páscoa e depois de uma
romaria à Notre-Dame de Chartres. Então, se o Senhor os volta para nós, haverá
várias dificuldades de execução a superar: consentimento do Arcebispado, etc.
Precisa rezar muito, para obter seguramente a vontade e o auxílio de Deus.
Adeus, meu caro filho, estou obrigado a
terminar. Todo o mundo aqui reza por você e mostra sua afeição por você. O Sr.
Cochin me escreve uma boa carta, mas está seriamente impedido para domingo. Por
isso recorremos ao Sr. Decaux.
Acredite, caro filho, em minha terna, muito
terna afeição em Jesus, Maria e José.
Seu amigo e Pai devotado
Le Prevost
Adiante ao jovem Mauger 20f que a Sra. d’Erceville lhe
dá. O Sr. Vasseur lhe devolverá na sua volta.
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