Estabelecer
a vida regular na casa de Roma. Incerteza sobre uma vocação. Notícias do
patronato Saint Charles.
Chaville,
2 de junho de 1868
Caríssimo amigo e filho em N.S.,
O Sr. Lantiez está em Metz e não pôde responder
ao Sr. Varré. Pediu-me para fazê-lo ciente de que, segundo seu parecer, o
melhor seria que fizesse seu retiro na sua chegada aqui, já que não pôde fazê-lo
em Roma.
Estou bem atrasado em minhas correspondências
com meus caros irmãos de Roma. Os grandes calores que atravessamos aqui me
cansaram muito, me causam uma contenção nervosa, que me torna o trabalho
muito difícil e muitas vezes impossível. Assim, me encontrei atrasado para
tudo.
Recebemos com alegria suas cartas e as de nosso
irmão Girard. No conjunto, nos trouxeram constantemente apenas testemunhos da
bondade divina para conosco e novos motivos de gratidão para com Ela.
Estou particularmente satisfeito por ver que,
desde sua chegada, a pequena comunidade vai tomar exercícios e usos regulares.
Era preciso para seu próprio sustento, e também para a edificação dos que os
cercam. Como veriam em vocês religiosos se, não tendo hábito, não tivessem, também,
regularidade nenhuma? Acho que seria também mais edificante poderem tomar as
refeições em casa e não na sala do restaurante, logo que essa prática for
realizável. Quanto à fixação de suas despesas, que não foi determinada logo de
início, para que a prática e hábitos já assentados indicassem qual
deveria ser, você fará bem em preparar-lhe os elementos, tomando nota de tudo o
que lhes é ordinariamente necessário. Com o conjunto dessas notas, se fará um
esforço para propor um algarismo tão moderado quanto for possível.
Seria difícil para vocês, na situação
atual, fazerem preparar sua comida de outra maneira que não pelo restaurante.
Mas não seria possível reduzir a despesa, de modo a não ultrapassar o algarismo
dos gastos de comida para cada irmão em Nazareth ou alhures? Examine esse
ponto. Deve prover ao que é necessário, mas nas condições menos dispendiosas
que forem possíveis.
Não sei muito bem o que responder ao pedido do
Sr. Vion. É um excelente rapaz, cheio de coração, mas, ao mesmo tempo, de uma
tal mobilidade de espírito que raramente mantém, durante vários dias
seguidos, a mesma resolução sobre seu futuro. Poderia, se ficasse com vocês,
ocupar o lugar do irmão do qual reclama a presença? Senão, não se vê que
convenha ter cinco irmãos, já que, até agora, a idéia foi de que quatro ao
máximo bastariam.
Os assuntos de Saint Charles, de que está
cuidando em pensamento e sobretudo diante de Deus, se sustentam bastante bem até
agora. Os Srs. Gresser, Bion, o jovem engenheiro e o Sr. Pradine, com o Sr.
padre Girodon, trabalham nisso com muita coragem. Ontem, segunda-feira de
Pentecostes, era um dia difícil. Vieram a Chaville. Estiveram bastante
contentes com sua gente e tudo parece ter-se passado bastante bem. O Sr.
Guillot vai fielmente ajudá-los nos dias marcados, no domingo particularmente.
Exerceu também a vigilância a semana toda sobre aqueles da primeira comunhão.
Adeus, meu caríssimo filho. Vou escrever
algumas linhas aqui para o Sr. Girard, se não for incomodado antes da hora do
correio. Abraço todos bem afetuosamente.
Seu amigo e Pai
Le Prevost
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