Inconvenientes
de se instalar na Villa Strozzi. Insistentes recomendações: de salvaguardar os
exercícios comuns, de tomar o repouso necessário pelo clima; de tomar as
refeições em comunidade; de não parecerem simples seculares.
Paris,
9 de junho de 1868
Meu caríssimo amigo e filho em N.S.,
Uma carta que o Sr. Paillé escreveu nestes
últimos dias ao Sr. Jean-Marie [Tourniquet] já lhe disse nosso pensamento em
relação ao projeto de instalação de sua pequena comunidade na Villa Strozzi, no
seu conjunto. Além da vantagem que há para vocês de encontrar nesta morada um
alojamento mais são, melhor arejado e mais tranqüilo do que no Palácio
Mariscotti405, parece de toda necessidade que, sendo tão poucos, não
vivam separados. De outra forma, nenhum exercício comum, nenhum entendimento
entre vocês, nenhum ato, em uma palavra, de uma existência religiosa, para
dizer a verdade, seria possível. Não tardariam a sentir o peso de seu
isolamento. O Sr. Vrignault assegura que, por assinatura, podem se fazer levar
cada noite em viatura.
Esse meio simples e, em suma, não muito oneroso (50 ou 30
centavos) lhes poupará o cansaço e lhes dará a vantagem de estarem reunidos de
manhã, para os exercícios principais, e à noite, para o encerramento do dia.
Estou escrevendo em Nazareth, interrompido
pelos transeuntes; você notará isso pelas repetições nas quais me deixo
arrastar406.
Todo o Conselho da Comunidade insiste para que
os Círculos sejam fechados duas ou três horas a cada dia e que tomem um pouco de
descanso e de calma durante esse tempo, como o exige a temperatura da Itália.
Então, dêem-nos, em sua próxima carta, a segurança de que estão seguindo essa
recomendação. Todos vocês estão cansados, um pouco de relaxamento deve lhes ser
necessário.
O Sr. Maignen me pareceu hoje um pouco triste
pelas oposições que encontrou nos Presidentes e Vice-Presidentes. Tínhamos
previsto essas dificuldades e tínhamos desejado preveni-las, evitando colocar a
influência de tais dignitários em frente da autoridade ordinária que deve
residir na pessoa do diretor de Círculo. Será preciso, se é possível, evitar
esse obstáculo no Círculo da Legião Romana. De outra forma, sua posição poderia
ficar comprometida. É preciso se resignar a esperar um pouco para a capela, já
que as coisas não se resolvem por si mesmas. Será talvez mais fácil na Legião
Romana.
O Sr. Maignen cuida das remessas que lhe pede.
O relatório do Sr. de Lagrange407 foi
impresso? Não ouvi nada a esse respeito.
O Sr. Keller está agora longe de Paris, por
toda a estação de verão. Nossos relacionamentos com ele se tornam difíceis e
aqueles que o substituem aqui, bem menos autorizados, naturalmente serão bem
mais tímidos para atender os pedidos. Moderem-nos da melhor forma possível por
esse motivo e para não termos desagradáveis recusas.
O Sr. Maignen aguardava, acho, contas que devia
lhe enviar para o Sr. Keller.
Não me disse se poderiam, como lhe pedia, tomar
suas refeições em casa e não no restaurante. Poderiam ter assim mais intimidade
e, nas refeições comuns, fazer ao menos alguns instantes de leitura. Não
descuidem, não saberia dizê-lo demais, das práticas da vida comum.
Experimentariam à sua própria custa que lhes são indispensáveis. É importante
também para a comunidade, no seu conjunto, que não pareçam absolutamente
simples seculares.
Adeus, meu caríssimo amigo. Pensamos muito em
vocês todos aqui. Suas cartas são aguardadas com impaciência, e comunicamos a
todos, senão textualmente, ao menos em substância, tudo o que pode interessar a
família. Rezamos sobretudo fielmente todas as noites pelos irmãos ausentes e,
nessa palavra, todos os espíritos fazem um salto até Roma. Para mim, é muitas
vezes por dia.
Abraço todos em N.S. bem afetuosamente.
Seu amigo e Pai
Le Prevost
|