Situação
dos irmãos seminaristas em relação ao Bispo da diocese. Dificuldades que podem
resultar para as comunidades religiosas. O exeat do irmão Boiry.
Chaville,
17 de junho de 1868
Meu caríssimo amigo e filho em N.S.,
Peço-lhe para colocar em um envelope a carta anexada
e mandá-la a Monsenhor de Angers. Pode lê-la, trata dos assuntos do Sr. Boiry.
Monsenhor quer bondosamente admiti-lo em sua
diocese e contentar-se-á, acho, com uma simples declaração análoga à fórmula
que mando para a renúncia aos apoios da diocese.
Para os estudos, não veria inconveniente na sua
entrada no Seminário de Angers se, como me disse, é possível esperar ali
condições pecuniárias pouco onerosas. Acredita que o Sr. Boiry não sofreria com
uma vida completamente sedentária? Seria a teologia que começaria? Poderia se
dispensar de um novo ano de filosofia? Continuou a estudar essa última matéria
de um modo contínuo e útil?
Tínhamos feito ao Monsenhor de Versailles
[Monsenhor Mabille] o pedido para enviar como externos nossos sujeitos para os
cursos de seu seminário. Esse pedido ainda não recebeu solução e, em todo
o caso, não seria muito aplicável no caso do Sr. Boiry, que Monsenhor quer
bondosamente agregar à diocese de Angers. Esse favor não parece implicar a
obrigação de estudar na diocese? Não sei nada disso. Não sei se, em todo o
caso, Monsenhor de Versailles quereria ordenar nossos sujeitos, nem, sobretudo,
se os inscreveria como incorporados à sua diocese. Ele nos conhece ainda muito
pouco, é bem duvidoso que consentisse em nos prestar tais serviços.
Um jovem [Sr. Cesbron] que o conheceu no
Círculo Montparnasse, onde residiu durante 6 meses em 1864, e que vai se casar
em Montjean, perto de Angers, me escreve para me pedir que você vá a seu
casamento. Vou lhe responder que você mesmo julgará se lhe é possível e
conciliável com suas ocupações. Esses pedidos podem se tornar freqüentes. No
entanto, veja de que interesse pode ser para o bem, que se consinta. Aprovo de
bom grado a presença no casamento, tenho pouca inclinação para os banquetes de
bodas.
Recebi do Sr. Rabotin, Vigário Geral de
Orléans, uma nova e formal garantia de que o exeat do Sr. Boiry foi
enviado em maio (não tenho sua carta aqui para dar-lhe o dia preciso, o direi
se precisar), mas pareceria seguro de que essa peça foi recebida no Bispado de
Angers. Peça a esses Senhores para procurá-la.
Não tenho mais espaço para acrescentar nada,
senão minhas ternas afeições para todos vocês. A venda acabou, estão contentes
com o resultado? Os calores não são prejudiciais à sua saúde? Tudo vai a seu
contento?
Seu amigo e Pai
Le Prevost
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