P.S. do Sr.
Le Prevost
Comunhão
fraterna com os irmãos de Roma. Pedido de notícias. Um outro irmão será logo
mandado como reforço.
Pariis-Vaugirard,
em 13 de julho de 1868
Caríssimo irmão e amigo em N.S.,
Estamos na novena preparatória à nossa festa
patronal, que está fixada, para este ano, à terça-feira, dia 21 de julho, como
sempre, em Chaville.
Nesta ocasião, vou lhe referir textualmente palavras de nosso
santo Padroeiro. Nós as líamos, há alguns dias, no refeitório, e tive logo o
pensamento de lhe mandar na minha resposta. São Vicente, numa carta que
escreveu, 30 anos após sua viagem a Roma, a um padre de sua Companhia que
estava como você, caro amigo, e como nossos amigos, Srs. Jean-Marie
[Tourniquet] e Charrin, nessa mesma cidade de Roma, lhe testemunhou “que ficou
tão consolado por ver-se nessa cidade, mestra da Cristandade, onde está o Chefe
da Igreja militante, onde estão os corpos de São Pedro e de São Paulo e de
tantos outros mártires, e de santos personagens que outrora derramaram seu
sangue e gastaram sua vida por Jesus Cristo, que estimava-se feliz por andar na
terra onde tantos santos haviam andado; que essa consolação o tinha enternecido
até às lágrimas.” Assim, então, caro amigo, você está feliz como estava
Monsieur Vincent, e nós todos o estamos, pois existe uma tão grande união entre
os membros de nossa família religiosa, que a felicidade de um faz a felicidade
do outro e, em nosso pequeno Chaville, quando pisamos a areia de nosso quintal,
indo da capela à nossa sala, e de nossa sala à capela, estamos tão felizes como
vocês três, os privilegiados da Comunidade. Vemos por seus olhos, ouvimos por
seus ouvidos. Você pensa bem, caro amigo, que não quero falar aqui das
maravilhas artísticas que contém a cidade de Roma, tudo isso não nos toca
muito, você e nós; mas são as graças que devem superabundar nessa capital do
mundo católico. O Sr. Hello se alegra por ver, de sua janela, o santuário de
Nazareth; mais felizes, vocês habitam na própria Igreja, pois Roma é uma
Igreja.
A chegada de seus santinhos tão piedosos causou
grande alegria aos noviços, grandes e pequenos. Todo o mundo tem o seu, tenho
um em meu breviário, o que não era necessário para me lembrar de nossos
excelentes irmãos. Obrigado por sua atenção a nos agradar.
A distribuição solene, com leitura da carta
explicativa, foi feita em frente do grande prado, nos degraus da casa branca,
às 7h1/2 da noite. Agora, vou encarregá-lo, caríssimo amigo, de
testemunhar as amizades mais ternas a você mesmo, em primeiro lugar, da minha
parte, depois, a esse velho amigo de Saint Charles, desertor forçado como eu,
por causas semelhantes e diferentes, em seguida, a esse caro amigo e
colaborador de Saint Jean, em religião irmão Charrin. Diga-lhe que usamos e
abusamos do “atravessa-rio”, que o patronato não vai mal demais, considerando a
estação, que há um pequeno movimento de piedade e que há uma ou duas comunhões
cada domingo. Oh! se a semente pudesse pegar! Mas precisaria de santos, e não
nos esforçamos bastante para isso. Talvez seja mais fácil em Roma do que em
nosso país da França. Vejam, caros amigos, tornem-se, em sua categoria, uns
Benoît Labre. Rezamos para que seja assim para cada um de nós, pois, para não
haver invejosos, devemos entrar todos na corrida. Adeus, reze pelo Noviciado.
Temos ali almas generosas que, um dia, senão já, abusarão de nós, é
intolerável! Acho que recebe muitas vezes notícias, abstenho-me de todo
detalhe. Somente isto: nosso bom Padre Superior vai bem, dois irmãos estão
indispostos, o Sr. Edouard [Lainé] (o músico) e um novato (músico também).
Abraço-o, meu caro amigo, assim como nossos
caros irmãos Jean-Marie e Charrin, nos Sagrados Corações de Jesus e de Maria.
Faÿ, padre
Por favor, colocar em um envelope a carta
incluída para o Sr. Boucault, não sei onde está atualmente. O Sr. du Garreau
não recebeu as medalhas do Sr. Charrin.
Meu caríssimo amigo e filho em N.S.
O Sr. Faÿ não me deixa espaço para acrescentar
qualquer coisa à sua carta, limito-me a pedir-lhe para nos mandar o quanto
antes notícias suas, para que estejamos seguros de que sua indisposição não
teve conseqüências. Logo que os calores tiverem passado um pouco, tratarei de dirigir
para Roma um irmão novo, para ajudar o Sr. Jean-Marie e levar a todos um pouco
de alívio.
Seu amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
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