Graças recebidas
no diaconato e na tonsura.
Chaville,
16 de julho de 1868
Caríssimos amigos e filhos em N.S.,
Vocês não pensaram, espero, que o dia de sua
ordenação escapava à nossa lembrança. Longe disso. Minha vontade era responder
imediatamente às suas duas boas e piedosas cartas, para assegurá-los de que
estaríamos todos em união com vocês, para pedirmos a Deus as graças especiais e
tão preciosas que Ele reserva aos que dão, como nosso caro Amédée [Magnien], o
primeiro passo na via sacerdotal, ou que transpõem, como nosso caro Urbain
[Baumert], a última estação antes do grande término que consagra
definitivamente um padre a mais para o serviço dos altares. A alegria é grande
para ambos, pois um começa e o outro já vê o fim. Os anjos no Céu estão vendo
essas santas alegrias, invejam-nas, talvez, ou, antes, partilham-nas em sua tão
pura e tão fraterna caridade. Nós também, todos aqui, estávamos em uníssono com
vocês, particularmente os que tiveram dias iguais ao que os cumulou de tão
doces favores. De seu lado, rezaram por nós e, neste instante de tão doce união
com o Senhor, a oração é muito poderosa. Vemos isso todos os dias: mesmo em
nosso mundo humano e tão tristemente imperfeito, há horas de grande
importância, em que não se sabe nada recusar aos que se ama. Como o Pai
Celeste, tão generoso em seu amor, deve, então, ser fácil de se comover nos
dias da ordenação! Com o batismo e a primeira comunhão, não há nada que dê
melhor a idéia da felicidade e das graças do Céu.
Nossos jovens seminaristas de São Sulpício
estão aqui desde o dia 6 de julho. Perguntam, de vez em quando, a respeito das
visitas que podem esperar de seus condiscípulos do interior. Dou apenas uma
satisfação fraca à sua curiosidade, pois ainda não sei bem quem são os que
poderão se afastar, desta vez, de sua casa. Quaisquer que sejam, estão
assegurados de serem cordialmente acolhidos e de encontrar irmãos em todos os
membros da família, e um Pai todo afeiçoado naquele que, embora indigno,
recebeu de Deus a missão de amá-los e de guiá-los até Ele. Confia que nenhum
lhe faltará e que, no dia da grande e universal reunião, os reencontrará todos
no Céu.
Adeus, caríssimos filhos. Peço ao Senhor para
abençoá-los e os abraço ternamente nos Corações Sagrados de Jesus e de Maria.
Seu amigo e Pai
Le Prevost
Fazem, não duvido, a novena preparatória à
festa de São Vicente de Paulo. Na impossibilidade de fazer sua festa no
domingo, por causa de nossos patronatos, a transferimos para a terça-feira, dia
21. As crianças de Vaugirard virão, como de costume, com a comunidade a
Chaville para o dia todo.
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