Peregrinação em la Salette.
Impressões sobre as duas testemunhas da aparição. Notícias
sobre os assuntos da Congregação.
Chaville,
23 de julho de 1868
Meu
caríssimo amigo e filho em N.S.,
Não
estranho os sentimentos piedosos e consoladores que experimentou na Salette.
Ali, se sente e se vê com clareza a verdade do fato e, admitido isso, seria
impossível passar sem emoção nos rastros da misericordiosa Virgem Maria. Suas
advertências tocam também mais, sua gravidade é melhor percebida. As duas
testemunhas, para dizer a verdade, desapareceram como ela: Mélanie, numa
escuridão profunda, Maximin, numa espécie de nulidade. Grandes tumultos tinham
sido preditos para a Itália, não se realizaram terrivelmente?
Estou
feliz com as palavras tranqüilizadoras do médico das águas termais. Confio que,
à sua maneira, será profeta e que você terá uma melhora decisiva em sua saúde.
Tinha visto em Allevard o tratamento das injeções, acho que pode ser eficaz.
Procurarei
retirar-lhe ainda missas, se achar que sobra demais para você. Pode empregar
para seu uso os 25f
das intenções que retomei. Providenciarei com respeito ao bom Pároco que as
pediu. Se faltar de dinheiro, não deixe de me falar, recebi um pouco,
após sua saída.
Nossa
festa de São Vicente de Paulo se passou maravilhosamente: a alegria estava em todas
as almas, não tivemos nenhuma contrariedade durante todo o dia. Evidentemente,
o bom Pai São Vicente intervinha em tudo. O Sr. Codant falou muito bem. O Sr. Baumert
chegou a tempo, na véspera. O Sr. d’Arbois estava também no meio de nós, mas
seu breve repouso de quinze dias expira no fim desta semana.
Não
pude, até agora, ir a Amiens e, atualmente, os calores, levados nestes dias aos
últimos limites, me causaram algumas indisposições e uma prostração que me
tornam impróprio para a viagem. Para a sua volta, cabe a você, caro amigo,
acertar o momento, já que está vendo melhor do que eu as necessidades de sua
saúde e as exigências das obras de Amiens.
Combinará,
entre essas duas necessidades, o que lhe parecer satisfazer melhor a umas e
outras. Se, para firmar o bem obtido pelo tratamento, prolongar de alguns dias
sua ausência, parece-me que não serão suficientes para novas excursões e que
passá-los na calma e no descanso, perto de sua boa mãe, seria o partido mais
sábio.
Disse-lhe,
acho, que nossos seminaristas empregam até agora seu tempo para descansar e
ajudar um pouco algumas das obras que se acharam mais carregadas nestes dias.
Procurarão retomar um pouco de regularidade que, nesses primeiros dias, havia
sido um pouco sacrificada. O Sr. Cauroy vestiu a batina no dia de nossa festa
de São Vicente de Paulo. Entrará como interno, com o Sr. Boiry, no seminário de
Angers, no fim das férias. Monsenhor de Versailles concede, para o futuro, a
nossos sujeitos eclesiásticos a faculdade de seguir, como externos, os cursos
de seu seminário. Será uma faculdade a mais que poderemos aproveitar em tempo
oportuno.
Os
Srs. dos Carmelitas [Srs. Thenon e Girodon] guardam suas boas intenções, mas as
dificuldades de sua posição e de suas obras exigem adiamentos e cautelas cujo
término pode estar bastante longe. As coisas, portanto, ficarão presentemente
na expectativa e numa reserva muito discreta.
Disse-lhe,
sobre nossos negócios, tudo o que sei. Deus tem, sem dúvida, muitos segredos,
mas os guarda em Si mesmo e não me deixa ver nada. Somos acostumados a suas
vias lentas e ocultas, vamos confiantes e sem curiosidade sobre as vistas de
sua sabedoria profunda. Ele mistura sempre nelas sua misericordiosa bondade,
adoremo-la, caro amigo, e entreguemo-nos a Ele.
Ofereça
meus respeitosos sentimentos à Sra. sua mãe e tenha certeza, como sempre, de
meu terno devotamento em N.S.
Le Prevost
Todos
os nossos irmãos lhe oferecem seus sentimentos afetuosos, esperam vê-lo na sua
passagem, quando retornar a Amiens.
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