Felicidade
de poder conservar o Santíssimo sob seu teto.
Vaugirard,
12 de agosto de 1868
Senhora
Marquesa,
Recebi
com gratidão e alegria a carta que me fez a honra de escrever. Contava os
tempos transcorridos desde sua partida e já lamentava não ter notícias suas,
nem da Sra. d’Hurbal, nem de toda sua cara família, que respeito e que amo. Mas
tive, na mesma hora, satisfação de diversas fontes. Ao mesmo tempo em que me
chegava sua carta, recebia uma de seu caro tio, Sr. de Coulaincourt,
estabelecido no departamento de l’Orne, na mansão de sua tão saudosa boa mãe
[Sra. de Coulaincourt, sua avó]. Ele vai bem também, como todos os que o
cercam. Está feliz pelas partilhas de família terem sido feitas em perfeita
concórdia e sem que nenhuma afeição de família fosse magoada. O espírito cristão
é um espírito de união e de paz, seus frutos deviam aqui, bem naturalmente, se
reencontrar.
Como
estou feliz pela Senhora ter, enfim, essa autorização tão desejada para a
capela. Nós sabemos, em Comunidade, que consolações traz Nosso Senhor nos
locais onde se digna residir. Logo Ele será seu hóspede, residirá sob seu teto,
ou, antes, será o Mestre e Senhor em sua casa. Oh! que sua autoridade será
doce! Você deseja sinceramente que seu reino lhe chegue, ei-Lo que vem e
responde a seu apelo. Nunca mais haverá aborrecimento, em ocasião nenhuma, com
uma tão amável e tão cativante companhia. Para almas verdadeiramente piedosas,
não se poderia desejar uma mais preciosa vantagem. O Santo Sacrifício todos os
dias e, dia e noite, o Deus forte e poderoso para dirigi-la, dar-lhe consolo e
velar sobre tudo o que lhe é caro. Que Ele seja mil vezes bendito por uma tão
terna e tão misericordiosa condescendência! Teria uma verdadeira alegria de
coração em celebrar a missa nesse pequeno santuário, em oferecê-la por você,
Senhora Marquesa, por sua boa mãe, por seu caro Richard. Sinto muito, receio
muito que não possa acontecer este ano. Vejo muitos obstáculos que vão me
impedir, este ano, de fazer a viagem à Normandia. Vou descontar esperando, para
o ano que vem, circunstâncias mais favoráveis, e rezando aqui como teria feito
de tão bom grado na pequena capela de São Lourenço.
Recomendei
insistentemente às nossas oficinas para fazerem com que lhe seja feito o envio
exato dos objetos que encomendou. Vou interessar-me em que cuidem de tudo
ativamente.
Digo
habitualmente eu mesmo as missas que me mandou por aqueles que a precederam na
vida melhor. É para mim um meio a mais para pensar em sua cara família e para
me unir a todos os seus sentimentos piedosos.
Queira,
Senhora Marquesa, aceitar e partilhar com a Senhora d’Hurbal meu profundo
respeito. Ofereço também a seu caro filho meus bem devotados e afetuosos
sentimentos.
Seu
humilde servo e amigo em N.S.
Le Prevost padre
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