Devoção à
Nossa Senhora da Salete. Por que a temos e como espalhá-la. Notícias dos
irmãos. Morte de um pequeno órfão.
Chaville,
20 de setembro de 1868
Meu
caríssimo filho em N.S.,
Estou
feliz por pensar que, em Amiens, você estava em união conosco para honrar e
agradecer a Nossa Senhora da Salete. Sua proteção sobre nós é sensível. Por que
nos escolheu como indignos agentes de seu culto em Paris? Pela razão, sem
dúvida, de que éramos os menores e os mais desconhecidos, como os dois pequenos
pastores. Feliz pequenez, se nos vale semelhantes privilégios!
Apesar
de um tempo horroroso, as missas, a todas as horas, foram acompanhadas quase
como sempre. À noite, o tempo desanuviou-se, a procissão tinha afluência como
de costume. Seria bem fácil tornar esta devoção popular, mesmo em Paris, se
houvesse um pouco de liberdade para indicar que ela tem um pequeno foco em
nosso humilde santuário. Propusemos à assembléia um pequeno começo de
associação de orações e de reuniões; a proposição foi bastante apreciada.
Talvez possa resultar dali um movimento um pouco mais continuado na freqüência
da capela. Se desse resultado, se faria uma pequena exortação a cada mês, na missa
das 9 horas, no sábado. O Sr. Courtade falou muito bem de manhã; à noite, o Sr.
Chaverot falou bem também, um pouco exclusivamente demais para as crianças.
Entendeu
por si mesmo, caríssimo amigo, que detrimento seria para nosso caro Sr.
[Adolphe] Lainé interromper estudos bem iniciados, que prosseguem em tão boas
condições, com mais dois dos nossos irmãos, cuja companhia o apóia e cujo
concurso é também um meio de emulação. Seria, sem motivo, jogar por terra a
obra edificada pela divina Providência. Estamos acostumados demais a estudar
suas disposições para desconhecê-las agora.
Bendigo
a Deus pelos bons sentimentos de nossos irmãos e de nossos caros postulantes, em particular. O Sr.
Hubert vai bem até agora em Nazareth, agradou muito aos jovens por sua
simplicidade.
Nossos
irmãos Emile [Beauvais] e Jouin devem ter chegado em Roma na sexta-feira. O Sr.
Charrin está ainda fracamente aclimatado.
Aqui,
o Sr. Girard, há dois dias, sente alguma aparência de melhora.
Temos
más notícias do irmão Alexandre [Legrand] e, em Vaugirard, o jovem
[Pierre] Pialot parece declinar definitivamente.
Dez
de nossas crianças, atingidos juntos pelo sarampo, vão melhor. A epidemia
parece parar.
Um
encantador pequeno doente que, há vários meses, havia virado hidrópico, morreu
na véspera da festa da Salete. Era um pequeno anjo de piedade e de resignação,
ternamente devoto à Santa Virgem. Ela o terá tomado para sua festa.
Mil
afeições a você e a todos. Estou escrevendo ao entardecer.
Le Prevost
Se o Senhor Trousseau puder fazer mais
comodamente seu retiro em Amiens, ele o fará de bom grado.
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