Obra de
Roma. Humildade e perspicácia de julgamento do Sr. Le Prevost. Não solicitar
audiência privada ao Papa. Inconvenientes de aceitar depósitos de dinheiro.
Notícias da Comunidade e das obras. Para o Sr. Girard, “a melhora é lenta a
vir”.
Vaugirard,
10 de outubro de 1868
Caríssimo amigo e filho em N.S.
Vou responder um pouco às pressas,
mas sem atraso, às suas últimas cartas.
Para a audiência que quer solicitar
ao Santo Padre, nossos irmãos do Conselho acham comigo que seria mais humilde e
mais conforme à modesta posição que temos em Roma, que se contentassem em ver o
Soberano Pontífice e em solicitar sua bênção numa de suas audiências públicas.
Nossa comunidade prestou até agora serviços pouco longos demais e pouco
manifestos demais na cidade católica para que se apresente assim como um corpo
do qual vocês seriam os representantes. Aguardemos, para nos pormos em
evidência, que a Providência nos dê as ocasiões e não nos antecipemos a seus
desígnios. O Santo Padre já nos enviou indulgências e o Sr. Maignen nos trouxe
sua bênção escrita de sua mão. Acho que, atualmente, devemos nos contentar com
esses favores já bem preciosos.
Vemos dificuldades bastante graves
nos depósitos do dinheiro e dos pertences dos soldados que lhe estão propondo
receber. Para o dinheiro, seria necessário proceder com uma ordem rigorosa,
para o registro das importâncias recebidas ou pagas e, talvez, dar aos
depositantes um pequeno livrete, onde estariam inscritas essas importâncias e
que guardariam consigo. Muitos mal sabem contar ou faltarão de memória e
poderão acusá-lo de tirar seu dinheiro. Para suas malas, tem um lugar
conveniente para depositá-las? Os percevejos são bem terríveis. Um, um outro
desses soldados terão coisas a pegar muitas vezes em suas malas. Se não os
acompanharem, terão logo queixas. As malas imperfeitamente fechadas serão
visitadas pelos curiosos, talvez forçadas e roubadas. Seria, portanto, somente
através de uma constante e invariável vigilância que se preveniria todos esses
inconvenientes graves. Poderão observá-la? Estarão bastante livres, bastante
atentos para fazê-lo exatamente? O assunto é bem dúbio. Ponderem bem todas
essas circunstâncias e aceitem o depósito, seja para o dinheiro, seja para os
pertences, somente na medida em que poderão, em consciência, responder que
todas as precauções necessárias estarão fielmente observadas.
O Sr. Keller ainda não nos
respondeu sobre a circular projetada para as livrarias. Achará que não
cabe a vocês, que são desconhecidos, mas ao Comitê tomar a frente para esse
pedido. O Sr. Girard parece levar o assunto bastante seriamente. Logo que se
sentir um pouco melhor, vai cuidar disso e se concertar com os Srs. do Comitê.
A melhora para o Sr. Girard é
lenta. a vir. O médico responde, todavia, por recolocá-lo em pé. O Sr.
[Pierre] Pialot está definhando constantemente na enfermaria. Nosso pobre
Alexandre [Legrand], cujo mal aumenta, vai ser transferido a Lyon, para os
Irmãos de São João de Deus.
O Sr. Gresser, sempre dedicado ao
patronato Saint Charles e residindo em Nazareth, continua incapaz de tomar uma
decisão nítida sobre sua posição. Está vendo como temos necessidade de orações
e de socorro de Deus. O retiro se realizou em Vaugirard, não em Chaville. Foi
pregado pelo R.P. Cotel, Superior da casa de Troyes, que fez o Catéchisme
des voeux; o conjunto, um pouco sério, foi, no entanto, bom e salutar.
Alegro-me muito com as atenções que lhe dá tão caridosamente o bom P. Laurençot.
Ofereça-lhe meu respeito e minha viva gratidão.
Assegure também nossos caros irmãos
Emile [Beauvais], Charrin, Jouin de todos os meus sentimentos de terna afeição.
Suas cartas nos interessaram muito.
Seu todo afeiçoado amigo e Pai em
N.S.
Le Prevost
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