O orfanato
de Amiens. Festa na obra de Angers. A saúde do Sr. Girard declina.
Chaville,
22 de outubro de 1868
Meu caríssimo amigo e filho em
N.S.,
Tenho, como você, a confiança de
que Deus abençoará o orfanato de São Vicente de Paulo de Amiens. Não se trata
de pedir que seja desde agora uma bênção de aumento, já que estamos pouco
fortes para prover a tudo e que vale mais, antes de tudo, que nossos irmãos
adquiram experiência para a boa direção desta obra. Mas, para esses pontos
essenciais, a graça de Deus não nos faltará, o desenvolvimento virá em seguida,
por acréscimo.
Agradeço-lhe muito pelos detalhes
interessantes que me dá sobre a cerimônia. Quase acreditei estar presente, o
que é uma alegria verdadeira para mim. Gostaria de me encontrar em todo lugar
onde algo de importante se faz para nossas obras. Temeria, como o Sr. Caille, a
presença habitual nessa casa de um padre de grande autoridade, se não fosse
absolutamente dos nossos. Muito cuidado, para não nos dar um mestre (que tem
companheiro, etc.) e não nos criar sérios embaraços! Deixemos agir a
Providência, não façamos demais nós mesmos. É nossa via ordinária, permaneçamos
nela. Verei se o Sr. Lantiez ou o Sr. Myionnet podem fazer-lhe uma visita.
Estou ausente desde sábado passado e não sei como vão as coisas aqui.
Cheguei ontem à noite, com o Sr.
Myionnet, da solenidade de Angers. Tudo foi perfeito (tempo passável)
cordialidade, paternidade por excelência nas palavras e todos os gestos de
Monsenhor que encantou todo o mundo por sua bondade, capela muito linda,
assembléia numerosa, quase todo o clero de Angers, 14 cônegos com suas vestes
solenes, delegações de todas as cidades vizinhas: Nantes, etc., almoço de 100
convivas, cantos bem executados, nada faltou. O Sr. d’Arbois, se movimentando
sem parar, pela graça de Deus, estava quase milagrosamente descansado no
dia seguinte. A pequena comunidade vai bem, os dois seminaristas também. Lindo
seminário, mestres e diretores excelentes. Forçaram-me a exigir um pouco de
minha pessoa, palavras aqui e acolá, muitas visitas, corridas para ver os
principais monumentos, almoços na casa dos Srs. Myionnet e Choyer, convites de
Monsenhor não aceitos por falta de tempo. Era muito para minhas forças: hoje,
estou um pouco debilitado, mas sem nenhum indício inquietante.
Reze muito pelo Sr. Girard, cuja
saúde declina sensivelmente, e é para nós uma causa de grave solicitude.
Encontro-o, na minha volta, definitivamente acamado, não tomando mais do que um
pouco de leite como última tentativa. O Sr. Jousset não dissimula mais seus
medos. Fazemos uma novena à Nossa Senhora da Salete. Parece-me que é preciso
agora de uma intervenção sobrenatural, acho que os meios humanos serão sem
efeito.
Nosso pobre [Pierre] Pialot declina
também e o Sr. Alexandre [Legrand] não está melhor. Não esqueça, por
favor, de perguntar, na ocasião, ao eclesiástico de Saint Lazare, que conhece
nosso jovem Sr. Le Camus, o que sabe sobre esse jovem e os verdadeiros motivos
que o fizeram afastar do seminário de Tours.
Adeus, meu excelente amigo. Assegure
o Sr. Caille e nossos irmãos de minhas afeições bem devotadas e acredite também
nos meus sentimentos de terna caridade em Jesus e Maria.
Seu amigo e Pai
Le Prevost
P.S. Confio que o Sr. Lantiez
poderá, após a festa de Todos os Santos, fazer-lhe uma pequena visita.
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