Renovação
dos votos do irmão Charrin. Conduta a ter com um colaborador do Comitê dos
Círculos. Noticias da Comunidade. Doença do irmão Legrand.
Chaville, 18 de novembro de [1868]
Meu caro
filho em N.S.,
Acabo de
ralhar fortemente com o Sr. Faÿ por ter adiado o envio da música. Entrego-lhe a
nota das novas peças que pede, para que possa juntá-las às outras.
Bendigo a
Deus pela paz e o bom entendimento reinarem em seus dois Círculos. Uma atitude
contrária seria um verdadeiro escândalo e um motivo constante de inquietação
para nós. Escrevo, ao lado, uma palavra ao nosso irmão Charrin a respeito de
seus votos. Pode, se está bem disposto, renová-los no dia 21 de novembro,
quando vocês fizerem, entre vocês, a cerimônia da festa da Apresentação da
Santa Virgem. Procurem se recolher um pouco na véspera, pois é um ato grave e
piedoso. Acho que o R.P. Laurençot não se recusaria a receber suas promessas, a
menos que, por causa da festa, fosse impedido. Veria, então, se pode
discretamente se entender com algum outro (seria menos conveniente e mais
difícil). Fariam, em todo o caso, suas promessas interiormente diante de Deus,
na Santa Missa.
O Sr. Emile
[Beauvais] me fala de um Conselho com o Sr. Descemet a cada quinze dias. Se se
trata de um relatório das despesas, havia sido julgado que mostrar-lhe suas
contas antes de mandá-las ao Comitê era aceitável. Para um Conselho regular e
periódico, se houvesse de tratar dos pormenores sem importância e movimentos de
seus acontecimentos habituais, parece-me que poderia, com o tempo, tornar-se
uma dificuldade para você. Acho, tudo me diz isso, que o Sr. Descemet é sábio,
medido e bondoso para com você; mas, nesse Conselho, ele teria logo uma
influência bastante considerável e, se acontecesse que, em muitos pontos, ele
não partilhasse seu parecer, você se encontraria, em relação a ele, numa
dependência muito embaraçosa. No primeiro aspecto, pareceria-me sábio
limitar-se a pedir muitas vezes ao Sr. Descemet seus pareceres, recorrendo
assim a seu bom juízo e à sua experiência, mas não ir além disso. Portanto,
tratando-se bem realmente, em sua proposição, de um Conselho tal como entendi,
procure adiar um pouco sua resposta, até eu poder consultar nossos irmãos do
Conselho da Comunidade. Evite sobretudo mostrar-lhe qualquer desconfiança, o
que o feriria inevitavelmente.
O Sr. Hello
vai entregar a carta a Ponchel.
O altar que
quer mandar fazer deve ser um simples chassis coberto de pano. De outra forma,
essa despesa, puramente pessoal para você, não poderia agradar ao Comitê. O Sr.
de Charette tinha desaprovado formalmente o estabelecimento de uma capela nos
Círculos, devido à composição misturada demais dos corpos. Essa repugnância é
muito explicável, portanto, seja prudente.
A pequena
narrativa sobre a festa de São Carlos está muito bem feita. Está sendo enviada
ao Sr. Keller. Pode escolher o militar que a escreveu como o historiador
ordinário de suas atividades e façanhas, acho que ninguém se queixará da
preferência que lhe tiver concedido.
Acho que
sua excursão ao Monte Rotondo pode ser útil e que é uma boa medida mandar aos
corpos em guarnição jornais e jogos.
Não escrevo
hoje ao Sr. Emile, cuja carta nos agradou. Acho que, no seu conjunto, o
regulamento do Sr. Charrin está bem, cuide da execução. Cuide também de que
sejam dadas aos soldados todas as coisas com preços bem moderados, para que não
possam ver em vocês comerciantes, mas benevolentes intermediários. Escreverei
ao Sr. Jouin que não esquecemos. Ele sabe como sou ocupado, velho, lento para
escrever. Escrevendo a um agora, ao mesmo tempo escrevo a todos, conhece bem
meus sentimentos de igual afeição por todos os meus filhos.
O Sr.
Alexandre [Legrand] está na Casa de Saint Jean de Dieu, em Lyon, e se sente bem
ali. Em uma crise de desvario de cabeça, havia fugido de Tain; os irmãos de
Saint Jean de Dieu o reencontraram perto de Lyon. Escreveu-me uma carta
comovedora, onde pede desculpa por essa fuga, de que não é culpado seguramente.
Rezemos muito por ele. Deus pode curá-lo. Os homens, parecem incapazes de
fazê-lo.
O Sr.
Tridon, de Troyes, morreu bem recentemente. Reze muito também por ele.
Saint
Charles anda bem, os cuidados dedicados do Sr. Girodon fazem nascer aos poucos
a piedade, cujos sinais aumentam. O Sr. Gresser sempre zeloso, mas sempre
indeciso, indo para frente um dia, para trás no dia seguinte, fica 3 ou 4 dias
cada semana em Nazareth; nos 3 outros dias, fica em Saint Charles.
O Sr.
[Pierre] Pialot está sempre lânguido, sem sair da enfermaria.
No mês que
vem, lhe será enviado o compêndio de costumes do mês.
O Sr.
Paillé comprou hoje 3 ou 4 dúzias de Manuel du soldat; vamos mandá-los a
você para que julgue se lhe convêm.
A família
do Sr. Girard pediu de novo o terno preto que ficou em Roma. Seu jovem irmão
deseja tê-lo como lembrança. Envie-o em alguma próxima ocasião. A caixa com o
“mármore” custou muito caro: 16f;
é preciso fazer poucas vezes esses portes ruinosos.
Adeus,
caríssimos amigos. Faz muito frio aqui, gela a 6 graus. Vocês têm calor ali e
flores. Aqui, nossas flores são sincelos. O Sr. Charrin, que sempre sentia
frio, deve se encontrar feliz em Roma. Abraço-os todos os quatro de uma vez e lhe
repito todos os meus sentimentos de terna afeição em N.S.
Le Prevost
Eis a
fórmula: Eu, ..., renovo na presença de Deus o voto que fiz de me consagrar ao
serviço dos pobres na Congregação dos Irmãos de São Vicente de Paulo. – Quando
todos a pronunciaram, um após outro, dizem juntos: Dominus pars haereditatis
meae et calicis mei, tu es qui restitues haereditatem meam mihi; em
seguida, todos beijam juntos a terra.
Não deixem
de nos informar se o Sr. Boucault está sem problema, para a causa em questão.
O Sr. Faÿ
acaba de verificar que enviou o rolo de música há três semanas, rua Servandoni,
ao Comitê. Vai reclamar um envio rápido.
|