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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1301 - 1400 (1868 - 1869)
    • 1358 - ao Sr. de Varax
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1358 - ao Sr. de Varax

Para amparar seus irmãos provados em seu apostolado. Dificuldades da educação das crianças. A insuficiência de pessoal é sua mais dura cruz. Refundição das Constituições. Primeiro pensamento de uma viagem a Roma. Parecer sobre a vocação do Sr. Le Camus.

 

Chaville, 30 de novembro de 1868

 

Caríssimo amigo e filho em N.S.,

 

Partilho os sentimentos que experimenta sobre as dificuldades de suas obras em Amiens. Confio, todavia, que não serão insuperáveis, pois a graça de Deus pode dar o suplemento a todas as nossas insuficiências. É o que fez há mais de vinte e dois anos que existimos. Tenhamos confiança, meu caríssimo amigo, e contemos bem que, após algumas provações, encontraremos, afinal, um resultado feliz que, ao mesmo tempo, nos deixará convencidos de nossa miséria e da bondade misericordiosa de Deus. O Senhor tende constantemente a nos dar essa dupla visão. Asseguramos que já a temos, mas nunca está bastante firme e bastante nítida, eis por que a provação se renova muitas vezes.

 

A educação das crianças, das crianças do povo sobretudo, é uma obra rude, de longa paciência, mas quando se tem resignação para muito aguardar, para muito sofrer, chega a hora em que o trabalho tem seu fruto e a dedicação, sua recompensa. É assim também para a formação das almas na vida religiosa. É uma educação também, rude, lenta, muitas vezes desconcertante. Paciência e coragem perseverante, e se chega! Enfim, para nossa própria santificação, ter paciência, trabalhar e rezar são os grandes e soberanos meios. Assim foram formados todos os santos. Portanto, caríssimo amigo, vamos de dia para dia, sem nos cansarmos; nossas crianças tornar-se-ão operários bons e cristãos, e nossos irmãos, verdadeiros religiosos, e nós mesmos, servos segundo o Coração do divino Mestre.

 

A insuficiência do pessoal é sua mais dura cruz, sem dúvida. Teria necessidade de um homem capaz para dar alguma consistência à ação um pouco fraca de seus jovens irmãos. O Sr. Lantiez, que conhece bem precisamente a situação de nossas forças, o disse quando estava perto de você: estamos numa impossibilidade absoluta de fornecer atualmente essa ajuda de que sabemos bem a real utilidade. Deus, espero, preencherá ainda essa lacuna, fazendo uma parte mais abundante à sua graça.

 

Tinha previsto essas dificuldades que deviam inevitavelmente resultar da ocupação definitiva da casa de Saint Jacques, mas a situação em que se encontravam as duas obras reunidas lhes impunha outros embaraços. Evitando um mal, se caiu em outro. Virá o momento em que será possível remediar esta situação, mas, por enquanto, os que suportam a carga estão bem preocupados. O bom Mestre os verá e, espero, lhes mandará socorro. Essa fórmula de esperança parece talvez uma repetição, mas é como a Glória ao Pai que termina os salmos: é sempre preciso acabar dessa forma.

 

Acabo de terminar a refundição de nossa Constituição, segundo a indicação do R.P. Cotel. Parece-me que o trabalho assim retocado está, enfim, completo, mas, várias vezes já, acreditei que minha tarefa tinha acabado, e, porém, sempre precisava recomeçar: será ainda assim, talvez.

 

Ainda fica para aperfeiçoar, com os elementos do R.P. Cotel, o Diretório comum e o dos Superiores, mas esses dois documentos, dizendo respeito apenas ao interior da Congregação, não necessitam ser submetidos ao exame dos Superiores. O fundo, aliás, em sua substância, está na Constituição, e as duas partes que sobram têm somente por finalidade facilitar sua aplicação.

 

Quase tinha prometido aos nossos irmãos de Roma que um dos irmãos antigos ou eu talvez iríamos visitá-los no decorrer deste inverno. Mas, no que me diz respeito, hesito muito, menos por medo da viagem (pois, se é útil, não se deve hesitar) do que pela dúvida em que estou sobre a utilidade de minha presença e de meus movimentos em Roma. Sou pouco próprio, doravante sobretudo, para as intervenções exteriores. Substituir-me em Chaville para alguns serviços, particularmente no domingo, não se faz sem dificuldade. De outro lado, tinha pensado algumas vezes que você poderia, se assim for, me acompanhar. Mas, não seria temeridade sonhar com isso,  quando seu pessoal e suas obras têm uma tão imperiosa necessidade de sua presença? O projeto, no que me diz respeito, me parece bem pouco realizável. O Conselho julgará se teria sérias vantagens, efetuado por um dos irmãos antigos.

 

O Sr. Le Camus, como se podia presumir, testemunhou o desejo de continuar seus estudos eclesiásticos. Não achei que devia me negar a isso, já que ele não tem impedimento pessoal e que já fez um ano de teologia. Acho que o mandaremos a Angers, onde o seminário nos faz, para o internato, condições suaves. Teria preferido que permanecesse no interior da Comunidade, onde ainda está pouco assentado. Mas Metz é muito longe e, para Amiens, como tinha mostrado inclinação para os Lazaristas, à qual renunciou com um pouco de pesar, não acho que fosse muito prudente recolocá-lonas mãos deles, por assim dizer, sob a direção de seu precedente superior de Tours, que se encontra precisamente em Amiens. Por essas razões, e fora o parecer do Conselho, me determinarei para Angers.

 

Adeus, meu excelente amigo e filho. Andemos em espírito de , todas as nossas fraquezas e incapacidades são admitidas nas vistas de Deus para nos situar no sobrenatural e num abandono filial à sua divina Bondade.

 

Mil afeições a você e a todos.

 

Seu amigo e Pai afeiçoado

 

                                                           Le Prevost

 

 




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