Ordenação
do irmão Trousseau ao diaconato. Cuidado a tomar na escolha dos colaboradores
em nossas obras. Qualidades requeridas nos jovens. Conselhos para a redação de
seu testamento.
Chaville,
16 de dezembro de 1868
Caríssimo amigo e filho em N.S.,
Mando, como o deseja com razão,
algumas palavras ao nosso caro Sr. Victor [Trousseau], por ocasião de sua
ordenação.
No que diz respeito à sua
proposição sobre o Sr. Gérold, não tínhamos previsão alguma sobre o tempo em
que poderia ser chamado para o Noviciado. Fazê-lo entrar criaria um vazio em
sua casa, substituí-lo faria outro vazio em nossa casa. Mas, seria necessário também
que o sujeito mandado a você não fosse inferior a ele. É o que aconteceria
seguramente, já que, após um exame atento, o Conselho encontrou somente, como
suscetível de lhe ser dado, o jovem Dufour, com 18 anos, lecionando na terceira
Divisão das classes em Vaugirard, bastante inteligente, desempenhando
razoavelmente sua função na classe e nas vigilâncias, mas imberbe ainda, com um
aspecto não muito bom e parecido mais com um grande aluno do que com um
mestre. Se acrescentar a isso a vestimenta e todo o estilo mal cuidado que se
tolera em Vaugirard, você será de opinião que guardarmos o Sr. Gérold é bem
preferível. No Noviciado, tínhamos um só homem um pouco formado, o Sr. Nominé.
Tivemos que mandá-lo a Metz para substituir o Sr. Lucien Jacquart, cuja inconstância
incorrigível o jogou para fora numa hora de loucura e que não achamos dever
readmitir, apesar de suas insistências, por não esperarmos dele mais juízo para
o futuro. Vagueou, procurando empregos, até baixos. Em seguida, sem esperança
de conseguir, chegou a Roma, onde o exército pontifical será, espero, seu
refúgio. Nossos irmãos, aqui, ignoram essa fuga insensata, não diga nada sobre
isso. Cuide que o pobre Sr. Watelet receba graça de sabedoria e não tenha final
igual. Rezo por ele com você.
Acho que está fazendo o que é o
melhor para o alistamento militar do Sr. Gérold.
Para o testamento, acho bom tudo o
que fará. É mais prudente, talvez, não ser demasiadamente exclusivo, como
indica o notário. Precisaria também não magoar sua boa mãe. Acho fora de dúvida
que, se acontecesse que lhe sobrevivesse, nossos irmãos (não falo de mim, que
já estaria nas vagas recordações) não fariam resistência alguma a uma pessoa
que lhes inspiraria tanta estima e tanto respeito como estão tendo por ela.
Seria, portanto, bom, não somente nessa hipótese pouco fundada, mas em todos os
sentidos, não ir contra os sentimentos dela.
Seu todo afeiçoado amigo e Pai
Le Prevost
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