Primeira
parte da viagem. Pressa de retomar a vida regular em comunidade.
La Spezia,
8 de março de 1869
Caríssimos
amigos,
Nos
aproximamos de vocês, um pouco devagar porque é preciso contar pouco com nossas
forças, mas chegaremos, espero, sem avaria notável e sem muito tardar agora.
Chegados hoje em La Spezia,
perdemos, por cerca de uma meia-hora, o trem que devia nos conduzir a Pise. Mas
amanhã, na terça-feira, iremos pousar nessa cidade e, na quarta-feira, às 8h.35
da noite, em Roma, saindo de Livourne às 10h.25 da manhã.
O
Sr. de Varax se manteve muito bem em saúde durante a viagem e me prestou
assistência cordialmente. Tive, quanto a mim, dois dias de grande cansaço, seja
pelo comprimento dos trajetos que percorremos, seja pela inconsistência ou as
más condições de nosso regime. Estou um pouco melhor, mas alguns dias de
verdadeiro descanso me serão bem necessários na chegada.
Não
sei se recebeu uma caixa de vinho que despachei com alguns dias de antecedência
para sua casa. Ficaria muito contente, pois o vinho é sempre a grande
dificuldade de meu regime alimentar. Essa caixa contém 17 garrafas, uma para
cada dois dias, o que dá no total 34 dias. Se ficasse mais tempo, penso que o
Sr. Gennetier teria algum meio de me fornecer o que me faltaria. Levo a Roma
como a outro lugar minhas enfermidades. Vocês as conhecem há muito tempo e
estão acostumados a suportá-las caridosamente.
Alegramo-nos
na perspectiva de nos reencontrarmos com vocês em família e com um pouco de
regularidade religiosa. As viagens estão bem longe disso, e a nossa, que durará
oito dias, nos dá tanta lassidão espiritual quanto cansaço físico. Roma nos
refará em todos os sentidos e sua cordial afeição nos dará esse doce calor da
alma que só se encontra na vida íntima com seus irmãos em Jesus e Maria.
Seu
amigo e Pai afeiçoado
Le Prevost
O
Sr. de Varax os assegura de seus sentimentos de sincero devotamento.
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