Projeto de
fundação em Roma: vantagens e inconvenientes. Precauções a tomar frente a
certos auxiliares da obra. O Sr. Le Prevost, reservado quanto à instalação de
um capelão fixo, definitivo.
Chaville,
5 de maio de 1869
Meu
caríssimo amigo e filho em N.S.,
Nossos
irmãos não rejeitaram a idéia de um estabelecimento em Roma, com um certo prazo
que as apropriações, etc. poderiam trazer. Mas, para julgar a questão a fundo e
com conhecimento de causa, seria necessário saber mais precisamente quais
encargos e condições pesariam na fundação, qualquer que fosse, que nos seria
concedida. Necessário também é ver, mas ver bem, o estabelecimento para se ter
uma certa idéia da obra ou das obras que poderiam ser estabelecidas ali em tal
ou tal circunstância que se pode prever. Uma obra francesa seria o melhor, mas
qual? Você não poderia, junto a uma pessoa amiga e discreta, Monsenhor de Luçon
ou o R.P. Brichet (com grande recomendação de segredo), indagar que obra seria
verdadeiramente útil, oportuna, para examinar em seguida se, num dado tempo,
teríamos condições de prestar-lhe auxílio? E, aguardando essa realização mais
ou menos longínqua, de criação de obra, como subsistiriam as pessoas ali
colocadas? Eis aí muitas perguntas, a resposta pode ser embaraçosa.
O
Sr. Hello, avisado por mim da penúria de paramentos na Villa, enviou hoje ao
Comitê o paramento branco e cuida dos outros.
Não
sei se lhe disse que minhas licenças para benzer e indulgenciar terços,
medalhas, etc. expiraram. Peço-lhe para fazer renová-las para mim. As licenças
de nossos outros irmãos parecem ainda não estar no fim. Vou ver com nossos
irmãos se algo pode ser feito para Amiens. O Sr. Trousseau escreve que está
exausto, mas o aguarda em breve, o que lhe dá coragem.
Voltando
à questão de um posto em Roma, o Conselho, examinando quais seriam suas
vantagens, pensava que, vivendo ali no foco mais radiante da fé, participaria
mais diretamente dele, penetrando-se dessa firmeza que faz os Institutos
fortes, e sobretudo dessa união a Jesus Cristo que é a única verdadeira vida de
tudo o que se liga profundamente à sua Igreja. É necessário para tanto estar em
Roma e, em todo o caso, não seria prematuro para nós? Seria matéria para grave
consideração.
Você
não me fala mais dos locais para os zuavos. Um daqueles que foram cogitados parece
convir e poderá ser obtido? O pequeno convento genovês seria para essa
destinação? É assim somente que poderíamos tê-lo para nos abrigar? Acho que
tê-lo para nós, Comunidade, seria bem hipotético.
Acho
que, se tivesse que ser supresso o assistente leigo, precisaria designar o
ecônomo geral sob o título de Procurador Geral, que soaria melhor e que seria
melhor como um tipo de representante da posição feita nas obras aos irmãos
leigos.
Não
estranho o pesar que Monsenhor Bastide manifesta de não poder colocar mais
precisamente o Sr. Louis [Klingenhofen] na Villa. Explicara-me que, com esse
bom eclesiástico zeloso e o Sr. Compans, esperava criar uma força que ele
dirigiria para o espiritual dos legionários. Por algumas palavras ditas por
ele, logo na minha chegada, e não mais repetidas, por me ter achado bastante
reservado com ele, eu tinha como que entrevisto também que esperava reunir
alguns sujeitos, mostrando vocação entre os militares, para fazer deles seus
agentes na mesma finalidade. Essa confidência, como pressentida nesse momento,
não foi mais longe, mas acredito que tal era e tal é ainda, talvez, seu
pensamento e o de seus capelães adjuntos. Como, no entanto, ele é bondoso e
guarda benevolência para conosco, não acho que sonhe atualmente em realizar
essas vistas deixando-nos por fora, mas é muito importante, em todos os
aspectos, que nossos irmãos fiquem em boa harmonia com ele. De outra forma,
poderia, se lhes fosse desfavorável, fazer-lhes uma posição ruim e difícil. A
instalação de modo estável e definitivo do capelão, Sr. Louis, na Villa seria,
se minhas conjecturas, como acho, são bem fundamentadas, uma anulação quase
certa de toda influência de nossos irmãos.
Adeus,
meu caríssimo filho, assegure de minhas afeições nossos irmãos e o Sr.
Vrignault, e faça uma grande distribuição de meus respeitos a todos aqueles a
quem devo prestar esse dever.
Seu
devotado amigo e Pai
Le Prevost
O
Sr. Hello deve ter escrito ao irmão Tourniquet que Ponchel, sobrecarregado de
trabalhos, não podia fazer seus recados apesar de toda a sua boa vontade. O Sr.
Paillé os fará em toda a medida do possível.
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