A uma
benfeitora. Interesse que o Sr. Le Prevost tem para com toda a sua
família.
Vaugirard,
12 de julho de 1869
Senhora
Marquesa,
Sua
boa carta, muito desejada, me causou uma grande alegria. Sua saúde melhora, a da
Senhora d’Hurbal, assim como a de seu caro Richard, são satisfatórias: eis aí
muitos motivos para se alegrar.
Há
mais outros ainda em sua amável epístola: o professor (um pouco caro) dá, como
esperávamos, toda satisfação; com essa condição, os sacrifícios parecem leves.
Enfim, tudo anuncia que terá condições melhores do lado da paróquia e que
poderá encontrar essa conformidade de vistas que tanto desejara no interesse do
bem. Que o Senhor seja bendito! É um tão grande sofrimento não encontrar o
apoio procurado e ser sempre mal entendido. Oxalá sejam bem favorecidas e
obtenham um pastor, não somente regular, o que é muito, mas também dotado de um
senso reto e inteligente dos recursos tão ditosos que Deus colocou ao seu redor
para favorecer um zelo verdadeiramente esclarecido. Espero que, nesta hora,
tudo já tenha acontecido, ou que, ao menos, esteja bem perto de
acontecer.
Tem
a extrema bondade de me convidar de novo para lhe fazer uma visita em Saint Laurent. Seria
para mim uma verdadeira e doce consolação, mas tive uma tão longa ausência para
minha viagem a Roma que, se sair para uma aparição na Normandia, será por 4 ou
5 dias apenas, somente o tempo de ver como está minha irmã, velha e fraca de
saúde, e logo voltar para meus trabalhos costumeiros. Se, contra minha
expectativa, visse, através de auxílios inesperados, latitude maior à minha
frente, iria com grande alegria gozar de sua amável hospitalidade, rezar em sua
pequena capela e oferecer ali o Santo Sacrifício que, com muito pesar seu, é
celebrado raramente demais ali.
Falavam-me
ultimamente de um padre muito digno, ao qual o médico prescrevia alguma estada
no campo para firmar sua saúde cansada e que teria aceito, sem esperar nenhuma
indenização, servir temporariamente como capelão numa família cristã que
consentisse em recebê-lo por tal período que ela determinasse. Não sei se já
encontrou o que desejava. Caso contrário, tomaria informações mais precisas e
teria a honra de endereçá-las à Sra., sem lhe fazer, claro, de antemão, nenhuma
espécie de abertura.
Meu
excelente amigo, Sr. de Caulaincourt, na sua última viagem a Paris, me tinha
vivamente convidado a visitar sua cara filha, Senhora Dauger (?), residente em
Auteuil, para a sua saúde. Infelizmente, seu endereço, escrito por mim numa
folha solta, se extraviou no meio da massa de papéis amontoados na minha
escrivaninha, e não pude realizar o desejo de seu caro tio. Talvez não fosse
tarde demais ainda para pensar nisso. Ficar-lhe-ia, portanto, agradecido,
Senhora Marquesa, se quisesse bondosamente me dar de novo o endereço
extraviado.
Desejo,
terminando, que o Senhor lhe dê, no campo e no ar mais livre que ali se
respira, algo dessa calma e dessa paz que raramente demais se encontra em Paris. Possam a
Senhora e sua roda querida se encontrarem mais perto de Deus e sentirem bem que
Ele os ama e os abençoa. Serve a Ele de seu lado, deseja Lhe guardar amável e
intacta a alma de seu caro filho. Ele a ajudará, tenho confiança, nesse
desígnio que Ele mesmo lhe inspira, e terá a alegria de continuar as santas
tradições de sua família, andando todos juntos nas pegadas dessa venerada avó
[Sra. de Caulaincourt] a quem ainda chora, embora já esteja, tudo o anuncia,
com os anjos do Céu.
Queira
aceitar, Senhora, com a Senhora d’Hurbal, todos os meus sentimentos de
respeitoso e profundo devotamento.
Le Prevost
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