O
Santíssimo Sacramento na capela de Roma; necessidade de um padre dedicado no
Círculo. Questão das férias; freqüência de eclesiásticos no Círculo. Festa de
São Vicente de Paulo. Conselho de oficiais subalternos.
Vaugirard,
23 de julho de 1869
Meu
caríssimo filho em N.S.,
Ficamos
sabendo com alegria do favor concedido pelo Santo Padre, autorizando-os a
guardar o Santíssimo Sacramento na sua pequena capela. Tenho a confiança de que
a presença de nosso divino Senhor em sua casa será um poderoso estímulo para
aumentar sua piedade, inspirar-lhes no interior o espírito de caridosa união e,
para fora, um zelo cada vez mais ardente em suas obras. Se fosse diferente, não
teriam correspondido corretamente à graça insigne que lhes foi concedida.
Encoraje
muito o Sr. padre Louis [Klingenhofen] pelo respeito e a afeição que lhe
mostrar. Pode fazer muito bem na Legião, com o tempo, e se não desanimar com as
dificuldades dos primeiros tempos. Seu afastamento seria certamente uma
verdadeira infelicidade para os pobres soldados que têm tanta necessidade de
apoio espiritual. Não é possível que seu zelo fracasse inteiramente, há muitas
almas simples e retas na Legião, ele as ganhará sucessivamente, à medida em que
sua posição se marcará entre elas. Rezarei em união com vocês para que Deus
atraia logo a Ele muitos corações.
Estou
feliz pelas boas disposições de nosso jovem Rabusier. Assegure-o de que
sigo com o olhar todos os seus esforços no bem. O Sr. Faÿ vai lhe
escrever.
Escrevo
aqui uma palavra ao Sr. Charrin. Que tenha paciência. Como você acha, com
razão, se ele persistir em desejar sua volta para junto de nós, tratarei de
chamá-lo de volta no mês de outubro, quando haverá possibilidade de dar-lhe um
substituto. Até lá, que seja corajoso e deixe de si uma boa lembrança em Roma,
se a deve deixar.
O
Sr. Emile [Beauvais] me fala, com efeito, dos banhos de mar em Falo ou em Civitta. Poderiam
pedir o parecer do médico sobre o bem que suas saúdes poderiam obter com esse
banhos.
O
Sr. Cuvinot foi operado de novo, de uma maneira mais radical do que na primeira
vez. Vai tão bem quanto se pode esperar após uma tão rude provação. Ainda não
se pode presumir nada sobre as conseqüências.
Acho
desejável que o Sr. Emile seja bem prudente nos seus relacionamentos com
Monsenhor Daniel. O melhor é, parece-me, avisar simplesmente os eclesiásticos
que vêm ao Círculo (com muita delicadeza e caridade) de que ele é reservado aos
militares. Se há alguns de quem se está bem seguro e que lhe sejam bem
conhecidos, pode-se convidá-los a ver Monsenhor Daniel, para obterem dele uma
licença para freqüentar o Círculo. Sua admissão é uma verdadeira exceção e, já
que se trata de eclesiásticos, cabe ao capelão julgar o que lhes concerne.
Procedendo assim simplesmente, acho que não haverá dificuldade alguma.
Tivemos,
em Chaville, uma festa de São Vicente de Paulo muito amável. Nenhuma
contrariedade, santa união e pura alegria em Deus o dia todo. Espero que tenha
tido alguma repercussão em
Roma. As filhas de São Vicente estão ali agora, e vocês
também. O Pai não saberia ficar longe de seus filhos, cuidem de invocá-lo
muitas vezes.
[O
patronato] Saint-Charles se mantém, não sem algumas dificuldades, por causa da
insuficiência de liberdade e de folga para o Sr. Gresser. O Sr. Girodon, impedido
por outras ocupações, só poderá realizar, doravante, o serviço espiritual do
sábado à noite e do domingo de manhã. O Sr. Faÿ deverá voltar pelo meio-dia
para o resto. Não sei se essa combinação será muito boa. Não cesse de rezar por
suas crianças de Saint Charles.
Adeus,
meu caro filho, apresente-me à lembrança dos RR. PP. Brichet e Laurençot e
ofereça-lhes nossos respeitos, assim como ao Sr. padre Louis.
Seu
todo afeiçoado amigo e Pai
Le Prevost
P.S.
O Sr. Hello acaba de me comunicar uma carta em que você lhe fala de um Conselho
de suboficiais, que gostaria de fazer o Capitão Prevost. Você não explica, ou
não entendi, se esse Conselho deveria regrar os movimentos do Círculo e se não
poderia renovar para você os inconvenientes do antigo Conselho. Não posso,
então, dar-lhe parecer. Tudo o que vejo é que precisaria evitar melindrar o
Capitão Prevost que nos ama, e que é importante não indispô-lo contra nós, mas
que é bem desejável também que vocês não tenham em sua atuação os embaraços de
uma direção minuciosa demais. Que o bom Deus digne-se iluminá-los para evitar
ao mesmo tempo esses dois inconvenientes.
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