Encorajamento
a enfrentar as dificuldades. Servir a Deus de modo desinteressado.
Chaville,
17 de agosto de 1869
Meu
caríssimo amigo e filho em N.S.,
Sua
carta do dia 12, que me chegou ontem, me causa embaraço. Parece supor que
recebi de você outra quase tão recente e que me teria informado sobre vários
assuntos. Esta carta não chegou a mim.
Assim,
na do dia 12, você me pede três soluções:
1o
sobre a troca dos selos,
2o
sobre o tabaco,
3o
sobre o Sr. Charrin.
Para
este último, sua carta do dia 5 deste mês me dizia que estava sempre desanimado
e achava difícil aguardar o momento que eu tinha marcado para chamá-lo de
volta, se, definitivamente, não soubesse suportar as dificuldades de sua
posição. Sempre acho que seria mais sábio para ele aguardar assim com
paciência. Se não se julga capaz, mande-o para nós quando achar poder fazê-lo
prudentemente. Acredito que, motivando essa volta em razões de saúde, obteria
facilmente do Comitê (por esse motivo ou algum outro que lhe pareceria melhor)
os gastos de sua volta. Aqui, obterei os da viagem de seu substituto. Mas
aguardar seria melhor, o ar não é bom na França atualmente, ressente-se nele,
em vários lugares, influências coléricas, não enormes, mas, no entanto, sensíveis.
Em
nenhuma de suas cartas me falou sobre o tabaco e os selos.
Achei
ver também que o Sr. Rabusier não ia bem ou, até, que teria ido embora, já que
você me diz ter visto o Sr. padre Louis na manhã, após a saída de Rabusier.
Entendi mal?
Para
o assunto principal contido em sua carta do dia 12, aguardemos, como diz bem. É
possível que o assunto não se realize ou que, uma vez realizado, seja menos
embaraçoso do que tememos. Nossa posição nunca será ruim, neste sentido em que
agimos com um perfeito desinteresse. Seremos firmes no interesse da causa santa
que servimos, nos manteremos, se precisar, com a ajuda dos amigos que temos em
Roma, e, se a condição nos for feita insustentável, nos retiraremos. Não
estamos nesse ponto, deixemos falar as pessoas mal dispostas, rezemos a Deus e
confiemos nele. É a ele que servimos, fará de nós o que quiser em sua
sabedoria.
Consulte,
em caso de necessidade, os RR. PP. Brichet e Laurençot. Na ocasião,
apresente-me à sua lembrança.
Mil
afeições a você e a nossos irmãos.
Seu
amigo e Pai bem devotado em Jesus e Maria
Le Prevost
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