Um passeio a
Amiens bem sucedido. O irmão Cauroy retoma coragem. A saúde do Sr. Le Prevost é
fraca. Dificuldades na obra de Roma; não multiplicar as Comissões; tornam
pesadas as obras e embaraçam os irmãos na busca do fim sobrenatural.
Chaville,
31 de agosto de 1869
Meu
caríssimo filho em N.S.,
Nossos
irmãos e nossos perseverantes voltaram tão encantados de sua viagem a Amiens,
tão agradecidos, sobretudo, pela muito cordial hospitalidade que receberam
entre vocês que eu deveria, para satisfazê-los, escrever sem demora a você e ao
Sr. Caille, e lhes dizer todo o bem que lhes fizeram. Fora, como efeito, o
cansaço um pouco excessivo que se deram indo a Corbie sem muita razão, sua
viagem foi repleta de doces alegrias e sem causa alguma de pesar, sob o ponto
de vista da ordem e da regularidade. Todos falam com complacência e gratidão
dos cuidados bondosos e das atenções delicadas de que foram o objeto. Não
estranho, pois me lembro dos procedimentos tão amáveis de sua boa mãe para com
seus hóspedes e entendo bem que, formado por ela, tenha retido suas
amabilidades atenciosas.
O
Sr. Planchat, que conversou um pouco com o Sr. Cauroy, o achou em melhor
disposição do que eu esperava. É verdade que a alegria de rever amigos de
infância foi uma diversão feliz para seu abatimento. Mostrou-se, afinal,
todo disposto a seguir a direção que se lhe der. Talvez retomasse o estudo com
mais sucesso e coragem se, seguindo os cursos num seminário, tivesse, para
ajudá-lo, um tipo de repetição duas ou três vezes por semana. Isso poderia se
realizar, acho, em Chaville, se seguisse o seminário de Versailles; se tivesse
que ser em outro lugar, se deveria pensar em fornecer-lhe um repetidor. Verei,
se for a Amiens, quais seriam seus sentimentos nesse sentido.
Embora
esteja, há algumas semanas, de uma fraqueza tal que estou quase impróprio para
tudo, para andar particularmente, desejo sempre lhe fazer uma visita por
ocasião da ordenação do Sr. Trousseau. Se não ficar um pouco mais forte, seria
de uma grande nulidade. Espero que a oração, nesses estados de esgotamento,
tome mais poder na medida em que o corpo tem menos.
Tinha
reparado, nas correções feitas às Constituições, alguns pontos que não lhe
pareceriam conformes às animadversiones [observações]?
Como me dizia ultimamente, a questão do quarto
para o capelão na Villa Strozzi fica sempre dependendo de várias pessoas. De
seu lado, o Capitão Prevost se mexe, achando que é necessária, para esse
Círculo, uma Comissão. O Sr. Descemet quereria também ter mais influência sobre
a conduta dos irmãos. Não sei se, de tudo isso, sairá algo mais ou menos
ofensivo ou embaraçoso para nossos irmãos. Se, em última análise, se percebesse
que essa Comissão não poderá ser evitada, parece-me que seria sábio prever um
pouco como deveria ser composta. Quanto menos numerosa, tanto mais chance se
teria de que fizesse algum bem. O Sr. Louis [Klingenhofen], o Sr. Descemet e um
oficial de qualidade com o Sr. Jean-Marie [Tourniquet], bastariam, mais
um Presidente. Mas, aí estaria a grande dificuldade, porque o homem que
conviria seria quase impossível de ser encontrado. Seria preciso que sua
personalidade fosse grave, para impor e ter uma preponderância, e, no entanto,
deveria ser bastante complacente, para acompanhar os detalhes, muitas vezes
mínimos, dos quais a Comissão teria de se ocupar. Monsenhor Tizzani seria bem,
mas velho demais e não poderia estar envolvido na miúda administração do
Círculo. Acho que ali estaria o problema e talvez o obstáculo que se poderia
alegar para frear o ardor dos que pedem obstinadamente uma Comissão. O Sr.
Jean-Marie parece preocupado e inquieto com essas insistências em sentidos
diversos. A questão do quarto pode ser também uma causa de inquietação para
ele, porque, atrás do Sr. Louis, vê Monsenhor Bastide e o Sr. Compans. Até agora,
anda tratando só do dia de hoje, não falando nada e deixando dizer cada um; é o
melhor, enquanto esse papel passivo for sustentável.
1o
de setembro. Acabo de receber sua carta do dia 30 de agosto.
O conteúdo da presente lhe responde em parte. Para seu retiro de jubileu, verei com
prazer que o Sr. Hello ou o Sr. Planchat lhe dêem seu concurso. O primeiro vê
uma grave dificuldade em afastar-se de Nazareth aos sábado e domingo. Temo que
o Sr. Planchat, a quem ainda não falei, faça a mesma objeção. Porém, como o Sr.
Risse estará sem dúvida aqui nesse momento, poderia, espero, substituir o dos
dois que iria a Amiens. Assim, poderemos talvez resolver o obstáculo. Vou
convidar nossos irmãos a se entenderem a esse respeito e a lhe darem uma
resposta definitiva.
Acolho
com alegria a boa esperança, embora longínqua, que lhe dá o Sr. Da Costa; vamos
colocá-la no Coração de Nosso Senhor, para que Ele prepare a realização.
Bendigo
a Deus pelo bom êxito de sua adoração e por sua distribuição. Sentimos em todas
as nossas obras sua visível assistência. Oxalá nossa confiança nele se torne
sempre maior, ali está nossa salvação assegurada.
Adeus,
meu caríssimo amigo. Afeições devotadas a você e a nossos irmãos.
Le Prevost
P.S.
Vou escrever uma carta para Monsenhor de Amiens [Dom Costa de Beauregard].
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