Boa
lembrança da viagem a Amiens. A quem deve caber a decisão de admitir as
crianças num estabelecimento.
Chaville,
29 de setembro de 1869
Meu
excelente amigo e filho em N.S.,
Agradeço-lhe
a boa acolhida que fez a mim mesmo e, depois, ao Sr. Gallais e ao Sr. Risse. O
Sr. Gallais, em particular, se deu tão bem com sua estada em Amiens que uma lassidão
extrema, acrescida a um tipo de prostração em que caíra, desapareceram
inteiramente. Escreveu aos nossos irmãos de Grenelle uma carta muito alegre que
mostra o bom estado em que se sente hoje. Sua hospitalidade cordial terá
produzido esse feliz resultado. O Sr. Risse não parece menos satisfeito com o
ar de Amiens, pois sua volta, duas vezes anunciada, ainda não se efetuou.
O
Sr. Cauroy desejou se unir, para continuar seus estudos teológicos, aos de seus
condiscípulos que irão ao seminário de Versailles. Não achei que devesse me
opor. Para substitui-lo em sua casa, propus ao Sr. de Varax o Sr. Boiry, bem
superior em experiência ao Sr. Cauroy, mas que não é, como ele, músico. Não
temos, neste momento, sujeito disponível que tenha esse talento. Ainda não
vimos o Sr. Trousseau. Acho que estará aqui hoje.
Em
minhas conversações com ele, vi que se inquieta muito com a disposição que você
parece ter, de fazer as admissões para o Orfanato, sem a opinião dele.
Acho, com efeito, que poderia, muitas vezes, lhe criar dificuldades, diminuindo
sua autoridade junto aos pais e também junto às crianças. Em todas as
instituições, quem tem a direção habitual da casa deve ter o poder de admitir e
de mandar embora as crianças. Assim é em Vaugirard. Desde
que deixei de conduzir pessoalmente a casa, nunca faço admissão por mim mesmo.
A gente se dirige muitas vezes a mim, mas, sob o pretexto de que os Srs.
Myionnet e Georges [de Lauriston] sabem melhor se há vagas, mando de
volta a eles. Para mandar embora, nos casos ordinários, eles se encarregam
disso também. Quando se trata de mandar embora, em casos coletivos de várias
crianças, falam comigo de costume, mas sem que eu lhes tenha, no entanto,
imposto a obrigação.
Tenha
inteira certeza de que sua autoridade não será diminuída por isso, nem
interiormente, nem exteriormente. Com dois estabelecimentos agora (sem contar
seus afazeres próprios), você exerce sobre o conjunto uma alta vigilância,
abandonando aos Diretores particulares a administração habitual.
Preparamo-nos
para o retiro. Não sei se poderá tomar certa parte nele. Virá, ao menos, para a
reunião que haverá dos antigos membros da família após o retiro. Ainda não
decidimos se será na segunda ou na terça-feira. Uma carta lhe será enviada.
Adeus,
meu excelente amigo. Estaremos, de qualquer forma, unidos durante esse
retiro, pois se todos não estiverem corporalmente nele, colocarão certamente
ali seus corações e suas orações.
Acredite
bem em minha terna afeição em Jesus e Maria.
Le Prevost
|