Medo da
revolução. O Sr. Le Prevost tenta tranqüilizar sua correspondente: não há
perigo imediato.
Vaugirard,
8 de dezembro de 1869
Festa
de Maria Imaculada
Senhora
Marquesa,
A
carta que me fez a honra de me escrever no dia 4 deste mês me foi entregue
somente ontem à noite, dia 7, na minha chegada aqui. Apresso-me a respondê-la.
Sobre
a situação das coisas públicas, só posso dar meu sentimento e o das pessoas que
me cercam. Os tempos estão ruins, sem dúvida, e o espírito público, bem
pervertido. No entanto, não vejo esses sintomas apavoradores que percebi em
1830 e em 1848. A
massa dos espíritos me parece estar ainda bem firmemente oposta aos distúrbios
e o Governo está bastante armado e bastante enérgico para se opor. Não creio,
portanto, que a ordem seja seriamente perturbada. A opinião das pessoas mais
interessadas em se informar bem está nesse sentido: os fundos, longe de baixar,
subiram. Segundo meu pensamento, poderia, portanto, Senhora Marquesa, passar o
inverno em Paris sem perigo aparente para você e para sua cara família. Desejo,
todavia, que ponha meu humilde julgamento em balança com aquele que poderiam
ter-lhe enunciado pessoas mais esclarecidas do que eu.
Queira
aceitar, Senhora, e partilhar com as queridas pessoas que a cercam, todos os
meus sentimentos de respeito e de profundo devotamento em N.S.
Le Prevost
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