Diligência
para um prelado romano. Circunstâncias da morte trágica do Irmão Marlin. O Sr.
Le Prevost profundamente afetado.
Vaugirard,
22 de janeiro de 1870
Meu
caríssimo filho em N.S.,
Monsenhor
Termoz pediu, por carta, ao Sr. Lantiez para lhe comprar uma pasta de
escritório rica com mata-borrão, para um presente, acho, que pretende fazer. O
Sr. Vasseur ficou encarregado dessa aquisição no lugar do Sr. Lantiez agora
residente em Amiens, como sabe.
O
Sr. Vasseur, que conhece vários grandes fabricantes, examinou de diversos lados
o que havia de melhor nos objetos desejados por Monsenhor Termoz. Eis o
resultado de suas buscas:
Uma
linda pasta completa, couro de Rússia: 82f lindíssima:
135f
Em
couro de Rússia somente por fora e imitação por dentro, de 85 a 105f.
Uma
pasta de escritório desses diversos tipos inclui um mata-borrão entre os
aviamentos. Não acho que Monsenhor Termoz pede a compra de um mata-borrão à
parte, além da compra da pasta de escritório. Se fosse diferente, uma linda
pasta de escritório separada custa 20, 30, 59f.
Antes
de consumar a compra, o Sr. Vasseur deseja saber qual preço é o melhor nas
intenções de Monsenhor Termoz. Poder-se-iam encontrar os objetos em questão em artigo Paris, quer
dizer cartonagem ou outras imitações, mas a inferioridade das qualidades é sem
proporção.
Ofereça
nessa ocasião meus respeitos e meus votos bem afetuosos a Monsenhor Termoz.
O
Sr. Jousset me escreveu por ocasião do ano novo, agradeça-lhe.
Não
sei se soube que um de nossos jovens noviços de Chaville, François Marlin,
menino do Sr. Hello, muito bom e muito piedoso, de 20 anos, acaba de nos ser
tirado por um bem doloroso acidente. Voltando de Vaugirard a Chaville, estando
sozinho em um compartimento da estrada de ferro, pôs demasiadamente sua cabeça
por fora, foi golpeado e arrastado violentamente por um choque contra uma das
pontes na chegada de Sèvres. Como o dia estava acabando, esse horrível acidente
não foi notado logo. Somente duas horas depois, um funcionário da estrada de
ferro o achou numa vala, ensangüentado e quebrado. Estava desacordado, foi
levado ao hospital de Sèvres. Avisados às 9h1/2 da noite, os Srs.
Faÿ e Audrin estiveram ali às pressas. O pobre menino expirou pela manhã, sem
ter podido recuperar a palavra. Ele se tinha confessado e havia comungado de
manhã, estava rezando quando foi golpeado, porque seu terço ficou em seu braço.
Essa infelicidade nos atingiu cruelmente, sinto dificuldade, da minha parte, em
me refazer disso. Que a muito adorável vontade de Deus seja feita! Nosso pobre
menino foi depositado sábado passado no jazigo. É o nono chamado de volta para
Deus.
Manque
vai muito bem, mas sua família faz incríveis esforços para obrigá-lo a voltar,
não sei o que vai acontecer.
Adeus,
meu caríssimo filho. Diga a nossos irmãos todas as minhas ternas afeições.
Rezem muito juntos e vivam na caridade do Senhor.
Seu
amigo e Pai devotado em Jesus e Maria.
Le Prevost
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