Vida da comunidade
romana. A vocação do Sr. Manque submetida a uma rude prova.
Chaville,
2 de fevereiro de 1870
Purificação
Meu
caríssimo filho em N.S.,
Respondo
brevemente à sua carta do 27 de janeiro.
Partilhamos
seus pesares pela morte do Coronel d’Argy. Estamos felizes por sua morte ter
sido tão cristã. Quem lhe sucederá? Rezemos para que a escolha seja boa.
Acabo
de recomendar de novo todos os seus recados ao Sr. Bérard, que os faz sob a
direção do Sr. Gallais. Vê-los-ei amanhã, vou falar-lhes ainda sobre isso. Para
a oficina de Vaugirard, farei também com que lhe seja dada resposta. As compras
estão feitas para seus recados, saberei pelo Sr. Bérard se foram entregues ao
Comitê.
Seus
encargos são tais que me parece pouco prudente acrescentar ainda a caixa do
recrutamento. Os erros em contabilidade são quase inevitáveis quando se é
ocupado demais.
Não
recusei ao Sr. Lhermitte, que sei muito bondoso para com vocês, a licença de
fazê-lo seu representante na exposição romana. Confio que não resultará disso
muita perturbação para você.
O
Sr. padre Choyer, que enviou um grande grupo representando os adeuses de São
Pedro e de São Paulo, no momento em que estão sendo separados para irem ao
martírio, parte para Roma. Você o verá sem dúvida.
Para
o corpo do pequeno mártir, a quem deve ser endereçado o pedido? Dizem-me que as
formalidades, quando esse favor é concedido, ocasionam gastos bastante grandes.
Em que consistem e qual é sua importância? Não posso fazer o pedido antes de
ter essas informações. Não deixe de dizer a Monsenhor Termoz que, se houve de
nossa parte algum atraso em lhe responder, sobre a compra pedida por ele, vem
unicamente da transferência para Amiens do Sr. Lantiez, que não pôde
imediatamente cuidar desse negócio. Ficar-lhe-ei grato por me dizer qual
relíquia, e de qual santo (se sabem), está incluída na caixa selada com o
brasão do Cardeal Bonaparte. Aguardo essas informações para apresentá-la no
Arcebispado. Talvez algumas palavras do R.P. Cheri fossem apropriadas para dar
valor a esse envio junto ao Arcebispado.
Nosso
bravo Manque conquistou aqui, logo na chegada, o coração de todos, mas não sei
se nos será dado tê-lo entre nós, imediatamente ao menos. Seu pai foi atingido
por uma paralisia no momento de sua entrada entre nós, e todos os seus irmãos
(tem 6, bonitos e altos como ele, e 3 cunhadas, esposas de três de seus irmãos)
se ligaram para fazê-lo voltar, assegurando que seu pai tinha caído doente por
tristeza e que o reclamava com grandes gritos. Manque respondeu, calma mas
firmemente, que, tão bem cercado, seu pai, evidentemente, não precisava de seus
cuidados, e pediu com insistência para que lhe deixassem seguir sua vocação. Então,
nova carta mais insistente, assinada por todos os membros da família, apoiada
por uma carta não menos insistente do Pároco, que atesta que sua presença é
necessária para o sossego e o restabelecimento de seu pai. Teve que ceder,
partiu na segunda-feira passada, muito triste e prometendo voltar. Poderá
dificilmente fazê-lo, tememos, se seu pai viver e, sobretudo, se não se
restabelecer perfeitamente. De todos os membros da família, era ele que ficava
mais ordinariamente em
casa. Quando os outros iam, à noite ou aos domingos, para os
divertimentos, era Michel que ficava sempre com o pai. Este não se esqueceu
disso, por isso, geme e chora e o quer, digam o que disserem. O bom Senhor, que
sabe as retas e santas intenções do bravo Michel, resolverá a questão em sua
sabedoria. Rezemos por esse digno rapaz.
Vamos
aqui como de costume. O Sr. de Varax está conosco por uns quinze dias, se
preparando a chegar a Angers, onde vai substituir o Sr. d’Arbois que virá a
Vaugirard. O Sr. Baumert, embora jovem, está firme em Grenellle. Vem, a
cada semana, com seus irmãos, fazer seu Conselho perto de mim.
Pensamos
muitas vezes em
você. Nossos irmãos pedem constantemente notícias suas e
rezam por você. Todos, então, podem contar que seu afastamento não diminui em
nada a cordial afeição que cada um lhes guarda em Nosso Senhor.
Sejam
também bem unidos a nós pela oração e por uma verdadeira caridade. Sejam também
bem unidos entre vocês, pacientes, sabendo suportar-se, evitando o que pode
contrariá-los uns aos outros e fazendo tudo para se assistir reciprocamente.
Com essa condição, Deus os assistirá em seus trabalhos e em suas dificuldades e
obterá de suas obras grandes frutos para a sua glória.
Seu
devotado amigo e Pai
Le Prevost
P.S.
Agradeço ao Sr. Jouin por sua carta, vou lhe escrever logo que puder.
|