Diversas
questões em
suspenso. Orçamento da comunidade de Angers. As regiões que
nos chamam deveriam sustentar as obras. Primeiro esquema do Manual da
Congregação. Os irmãos leigos e a tentação do sacerdócio.
Vaugirard,
4 de março de 1870
Meu
caríssimo amigo e filho em N.S.,
Vou
responder brevemente à sua carta do dia 3 deste mês, sentindo-me, há alguns
dias, mais fraco e mais doente do que de costume.
Dou
graças a Deus pelo bom êxito de suas festas e peço-Lhe para dar-lhe um pouco
deste repouso que Ele concedia aos seus apóstolos após seus trabalhos: Venite
seorsum... [Vinde para um lugar afastado]
Acho
que se pode suspender a recitação das orações feitas nas intenções indicadas
antes de nossa partida para Roma. Mas é preciso rezar de outra forma, se não
for dessa, pois a necessidade do auxílio de cima é bem urgente sempre.
Em
anexo, o desenho para o selo branco pedido pelo Sr. Jean-Marie [Tourniquet].
Vou
procurar fazer com que copiem o dispositivo do Capítulo Geral de outubro, antes
de lhe mandar. O Sr. de Lauriston vai enviar-lhe o pacote endereçado a você
pelo Sr. Lantiez. Nenhuma carta do Sr. de Costa [Costa de Beauregard].
Desejo
ir a Amiens, conforme o voto expresso pelo Sr. Lantiez. Se minha saúde se
restabelecer um pouco, o farei. Não me lembro quais os regulamentos que queria
nos comunicar o P. Durand, Reitor de Saint Acheul.
Verei,
acho, o Sr. Ginet sem muita demora, quando a chegada de sua tia motivará sua
vinda aqui. Conversarei com ele sobre seu pensamento a respeito dele.
Mas, em Angers, quem o acompanharia em seus estudos? Não é de se temer que o
movimento de sua casa os favoreça pouco? Se mostrasse uma rejeição sensível a
esse projeto, eu deveria, acho, levar isso em conta. Tenha certeza
também de que seu desejo não será esquecido. Acredito que o Sr. Moutier, tomado
com cordialidade e acompanhado regularmente, poderia dar grande satisfação.
Agradeço-lhe
pelo bom pensamento que o leva a dividir entre Angers e a Obra dos Clérigos a
esmola da Sra. sua irmã. Farei como você e o Sr. d’Arbois julgarem bom, sobre a
despesa ocasionada pela presença do Sr. Perthuisot. Salvo outro aviso, se
poderia resolver assim as coisas: o Sr. d’Arbois aplicava anualmente 400f vindos de seu pai para
completar as importâncias necessárias às despesas da comunidade. Uma
importância semelhante, tomada sobre os 800f que você trará de seu lado, deixaria ainda
400f
disponíveis para o Sr. Perthuisot. Poderia-se acrescentar 200 ou 300f recolhidos para a Obra
dos Clérigos, para ficar menos estritamente limitado. Se o Sr. d’Arbois e você
julgarem que não seria ainda o bastante, confiarei em suas apreciações. Seria
melhor, certamente, que as regiões que chamam nossos irmãos fossem bastante
generosas ou bastante justas para sustentar sua obra. Mas aceitamos, na medida
do possível, as condições tais quais aí onde somos colocados. A Providência se
mostra, Ela, sempre bondosa e generosa. Contemos, portanto, sobre seu apoio e
resolva conseqüentemente, com o Sr. d’Arbois, esse ponto de seu orçamento. Vou
procurar mais atentamente o pequeno livro das subscrições.
Deixo-o
para o exercício da sexta-feira à noite, durante a Quaresma. Acho que o excesso
de mal-estar e de esgotamento que me aconteceu é a parte que Deus me faz nas
penitências deste santo tempo. Oxalá a aceite cordialmente.
Alguém
escreveu ao irmão de Jules Lefebvre. Duvido que vá neste mundo mais do que um
mês. O estado de Frézet ainda não está bem caracterizado, mas há indícios
inquietantes. Verá algumas vezes, não é, o Sr. Boiry. Acho que será bom o Sr.
Perthuisot nos escrever logo que enxergar um pouco nitidamente em sua posição
nova.
O
Sr. d’Arbois me diz que não poderá chegar aqui antes do dia 10 ou do dia 15
deste mês. Se eu continuar doente e incapaz, sua chegada será tanto mais
necessária.
Adeus,
meu excelente amigo e filho em
N.S. Acredite em meus sentimentos bem ternamente devotados.
Seu
amigo e Pai
Le Prevost
Desculpe
o desbotamento que minha lâmpada acaba de fazer nesta folha – 7h. da noite –
Escrevo ao Sr. d’Arbois para lhe mandar o dinheiro que pede para o Sr. Boiry.
A
pequena folha para a direção é boa. Talvez se devesse examinar se resume as
obrigações incluídas nas Constituições.
Estou
muito contente com o pequeno trabalho sobre o postulantado. O que se deveria
fazer agora, seria um compêndio das Constituições, para ser entregue, como memento
manual de seus deveres, a todos os irmãos. Sem esse documento, nunca terão
plenamente a possibilidade de se compenetrarem de suas obrigações.
Na
nota sobre o postulantado, algumas palavras haveriam de ser acrescentadas para
afastar do espírito dos irmãos leigos a tentação de aspirar ao sacerdócio. 5
fizeram instâncias nesse sentido nestes últimos tempos. Nenhum deles devia
sonhar nisso razoavelmente. Um deles, o Sr. Griselain, vai, me dizem, deixar a
Congregação porque sua pretensão lhe é recusada.
|