Conduta frente a um postulante (de Amiens)
inconstante. Firmeza e paciência do Sr. Le Prevost. Pequeno número dos noviços.
Contar com o devotamento de V. Pavie.
Chaville, 7
de março de 1870
Meu
excelente amigo e filho em N.S.,
Tenho
uma pequena inquietação a respeito das disposições de nosso caro pequeno Irmão
Gérold. Após ter mostrado um desejo tão ardente de vir ao Noviciado, começava a
encontrar nele um pouco de saudade. Para fazer um pouco de diversão aos
exercícios quotidianos, propus-lhe ir, no domingo, a uma obra de patronato, o
que aceitou com uma extrema prontidão. A tentativa pareceu, de início, ter
pleno êxito: voltava, aos domingos, encantado. Mas o contentamento durou pouco.
Após três semanas mais ou menos, avisava-me de que a obra de Grenelle não lhe
convinha, que as crianças lhe desagradavam, que as de Amiens lhe convinham
muito mais, que estaria feliz se voltasse para perto delas. Com muita doçura e
afeição, lembrei-lhe os princípios da vida religiosa sobre a santa indiferença
em relação às funções, e também esse amor generoso das almas que deve nos dar
força para superar algumas rejeições. Rejeição, diga-se de passagem, bem pouco
fundada, pois as crianças de Grenelle estão longe de ser inferiores em
comportamento e costumes às de Amiens. Enfim, disse-lhe que, sem lhe prescrever
formalmente ir a Grenelle, já que o tinha mandado para lá unicamente a título
de diversão útil para ele, incitava-o a isso no entanto, persuadido de que iria
acostumar-se logo e afeiçoar-se às crianças. Respondeu-me que iria, mas
debulhando-se em lágrimas. Consolava-o, abraçava-o afetuosamente
com palavras de encorajamento. Queixava-se de que ficava uma parte do dia no
controle. Escrevi ao Sr. Caron, que dirige o patronato (o Sr. Gallais tendo os
Jovens Operários), para que ficasse somente alguns instantes no controle. No
entanto, e apesar dessas previsões, domingo passado, no momento de partir, veio
me avisar que estava com enxaqueca e pedia para não ir a Grenelle. Ficou, mas
antes do meio-dia a enxaqueca havia desaparecido, almoçou como de costume. Como
me disse ter estado realmente indisposto, mostrei-lhe confiança e não insisti.
Testemunhei-lhe hoje a mesma confiança: trazia-me uma carta que fizera para
você, mas estava fechada. Ele a tinha fechado assim, disse-me, por
inadvertência. Deixei partir a carta sem dificuldade. Em geral, acho bom não
mostrar desconfiança aos irmãos, para acostumá-los a agir dignamente e com reta
intenção.
Devo
dizer que, fora de algumas esquisitices de humor, às vezes a falta de maneiras
distintas, não vi nada que haja realmente a censurar nele. Se, pelo conteúdo de
sua carta, vir alguma indicação a me dar para sua direção, a levarei em conta
de bom grado. Acho que sua única e verdadeira dificuldade é sua razão pouco
madura, suas vistas ainda infantis demais e a piedade e o espírito de
sacrifício insuficientes. Não é que tudo isso lhe falte absolutamente, mas tudo
está pouco adiantado.
Adeus,
meu excelente amigo e filho em
N.S. Reze por nós. O Noviciado está bastante empobrecido
neste momento. Tínhamos, sem contar o Sr. Ludger [Montalvan] ainda em estado de
prova, somente 4 estudantes latinistas; serão reduzidos a 3 [os Srs. Pialot,
Lepage e Prevost], Chupin se retirando com uma aspiração mais ou menos fundada
para os Dominicanos. Dois jovens, um de Saint Étienne, o outro de Tours, me
escreveram para o lado leigo; não sei o que resultará disso. Rezemos, é o
grande, o único verdadeiro meio com o zelo e a dedicação. Fora disso, tudo é
sem valor e sem efeito.
Seu
todo afeiçoado amigo e Pai
Le Prevost
Mil
afeições a todos. Conte bem com o verdadeiro devotamento do Sr. Victor Pavie, é
um coração ardente e uma alma elevada.
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