O Sr. Le
Prevost notifica sua decisão de não permitir mais ao Sr. Lantiez que a dirija.
Chaville,
14 de março de 1870
Cara
Senhorita,
Venho,
em nome de nossa velha e muito sincera amizade para com a Senhorita, pedir-lhe
um sacrifício que acreditamos indispensável para o bem de nossa Congregação, e útil
para a Senhorita mesma e para suas obras tão dignas de interesse.
O
Sr. Lantiez me escreve que foi visitá-lo em Amiens e que pediu-lhe para
entreter com a Senhorita uma correspondência espiritual. Respondi-lhe que não
achava possível autorizar esse projeto, não acreditando-a boa nem para você,
nem para ele, nem para nós.
Disse-lhe
apenas pela metade, cara Senhorita, que a preocupação que tinha tomado o Sr.
Lantiez por suas obras e pela direção que lhe dava, o tinha desviado muito
notavelmente de suas obrigações de posição, a ponto de excitar as queixas
contínuas dos que tinha que conduzir, que tinha, em conseqüência das censuras
que lhe aconteceram por isso, concebido um tipo de desgosto e de aversão por
seus trabalhos e que sua vocação havia sido muito comprometida por isso.
Evitei
também dizer-lhe que sua assiduidade e a de suas damas em Grenelle faziam
tagarelar os moços de nossas obras, que as línguas femininas, na sociedade de
Grenelle, se exercitavam também no mesmo sentido e que o Sr. Pároco tinha
achado sábio avisar-nos disso. No mesmo tempo, um alto dignitário da diocese,
levando também sua atenção para esse lado, dizia: O Sr. Lantiez se extravia de
seu caminho e está caindo numa deplorável ilusão.
É
nesse contexto e para fazer diversão a esses mal-estares penosos que tivemos de
nos resignar a uma viagem dispendiosa do Sr. Lantiez a Roma, em seguida, a um
deslocamento prejudicial para várias de nossas casas. A ajuda cordial que nossa
família religiosa lhe deu da melhor maneira possível durante vários anos não
lhe dá o direito de esperar que renuncie franca e generosamente a relações boas
seguramente em certos aspectos, mas que, diante de Deus e após maduro exame,
ela julga prejudicial para si?
Para
você mesma, seria instalar-se bem na diocese e preparar para suas obras o apoio
da autoridade superior eclesiástica o concorrer para desviar da obediência um
religioso até agora tão justamente estimado por todos?
Não
é também no verdadeiro interesse de sua associação e de seu futuro assegurar-se
uma direção firme, precisa e bem estabelecida? Ora, como o Sr. Molinier [S.J.]
ou qualquer outro tomarão assumirão sua conduta espiritual e a de suas damas
associadas, se sentirem que têm, de sua parte, apenas uma meia-confiança e que,
na realidade, é de outro lugar que recebe avisos e inspiração?
É
por essas diversas razões que tive de recusar minha autorização ao Sr. Lantiez
para a correspondência espiritual que lhe pedia e, se fosse necessário,
proibir-lhe-ia a título de obediência religiosa.
Mas
sei, cara Senhorita, que uma medida semelhante não será provocada nem da parte
dele, nem da sua. Levará em conta o humilde pedido que lhe dirijo agora e
quererá que, como pelo passado, permaneçamos unidos pela oração e por uma mútua
simpatia no caminho das obras santas em que Deus nos colocou para sua glória.
Queira
aceitar, cara Senhorita, os novos protestos de meu bem respeitoso devotamento
em N.S.
Le Prevost padre
|