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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1501 - 1600 (1870)
    • 1520 - ao Sr. Tourniquet
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1520 - ao Sr. Tourniquet

Um postulante não aprende nada da vida religiosa numa casa de obra com movimento incessante. Cuidado a ter na contabilidade. A falta de reflexão e a impulsividade geram um ativismo estéril e esgotante. Doença do irmão Gallais.

 

 

Chaville, 30 de março de 1870

 

Meu caro filho em N.S.,

 

Fiquei sabendo com alegria, por uma carta de nosso irmão Emile [Beauvais], que nosso jovem Pappaz estava melhorando. Bendito seja o Senhor! Esperemos que persevere; de outra forma, vigie de bem perto, e não deixe de nos avisar se enfraquecesse de novo.

 

O pensamento que teria de pedir ao Sr. Descemet para autorizar o Sr. Coquerel a habitar na Villa somente poderia ser realizável no caso de combinar que a estada desse bom jovem em Roma seria temporária. Você tem demais a experiência da vida que levamos para não ver, como nós, que o Sr. Coquerel não aprenderá nada da vida religiosa no movimento incessante em que o coloca seu posto, e com o pouco acompanhamento que se pode dar à sua formação em seu novo estado. Pode se tratar de uma transição aceitável  para um tempo, mas um tempo limitado somente. Teria desejado que ele me escrevesse para agradecer à Comunidade que consentiu no seu postulantado, e também para fazer ato de submissão à condição que lhe pus para sua entrada no Noviciado, após uma estada determinada em Roma. Sem dizer-lhe precisamente que faço esta observação, seria bom aconselhar-lhe que me escreva nesse sentido e que corresponda de vez em quando comigo para que nossas relações e o laço de família comecem a se estabelecer entre nós. Quanto mais o Sr. Coquerel parece ter qualidades, mais importa não alterar seu caminho.

 

Não saberia recomendar-lhe demais, meu caríssimo filho, pôr uma séria atenção em suas contas. Não o encontro protegido contra toda censura nesse campo. Seria sábio, a meu ver e para o Conselho, empreender menos coisas e fazê-las mais pousadamente. Limite-se, creia-me, às que são as mais essenciais e execute-as com uma precisão maior. É uma tentação em nossas obras, bem perigosa, o reconhecemos todos os dias, entregarmo-nos a uma atividade excessiva, acrescentar sempre aos nossos empreendimentos aperfeiçoamentos ou acessórios que nos esmagam e nos fazem, de nossa tarefa, um fardo intolerável. Tudo o que é mal feito há de ser reiniciado, não dura, e, muitas vezes, faz o mal em vez do bem. Não são censuras que faço, é um aviso de amigo e de pai, é uma direção para o futuro.

 

Tinha combinado com o Comitê que as despesas do Sr. Lantiez não estariam a cargo dessa administração. Vou mandar-lhe, portanto, 100f como indenisação para sua comida. Sua viagem de ida a Roma não havia sido paga, provisoriamente, porque o empregado, rua Servandoni, lhe dissera que isso deveria ser acertado em Marseille. Avisado pelo Comitê, paguei imediatamente essa despesa. Se perceber algum erro notável, como indicaria a reclamação do Sr. Descemet, dê-lhe uma séria atenção e veja que fundamento poderia ter essa advertência do Sr. Descemet. Se, por acidente, tivesse algum excedente, seria prudente não gastá-lo até certeza de que não haverá razão para lhe ser reclamado.

 

Se Monsenhor Termoz não lhe reembolsasse os 26f do estojo para escritório, avise-me para que não o deixe perdedor neste ponto. De outra forma, você tem de fazer saldar as 26 intenções de missa. Quanto à importância de 13f, devida a você pelo Sr. Codant, se prestou serviços um pouco apreciáveis às suas obras ou se pôde supor que, comendo em sua casa, estivessem exercendo a hospitalidade para com ele, poderia ser colocada essa despesa no capítulo das esmolas; senão, não haveria inconveniente em lembrar-lhe sua dívida, fazendo-lhe notar que, nos Círculos, todas as despesas estando a cargo do Comitê, não depende de você que sejam postas, a seu bel-querer, na conta dele.

 

Mando ao Sr. Risse a relíquia de São Francisco Xavier e o resto. O Pároco de Bezons ainda não veio.

 

Recomendo às suas orações e às de nossos irmãos o Sr. Gallais, gravemente doente das bexigas. Tinha visitado e cuidado de um jovem de sua obra atingido por esse mal; depois, sentindo-se cansado e doente, veio a Chaville e, logo o mal se declarou; é dos mais violentos. O pobre irmão, desfigurado, inchado, não fala mais e não parece mais ouvir. O médico diz, no entanto, que não está vendo, até agora, um perigo notável. O mal está, neste momento, em estado de epidemia em Paris e nos arredores, de tal modo que, de memória de homem, não se viu nada igual. Todos os estabelecimentos, sem exeção que eu saiba, fazem vacinar crianças e mestres. A mortalidade é considerável. Certas instituições tiveram que ser evacuadas. Reze, portanto, pelos doentes, e peça que um medo salutar prepare muitas conversões.

 

Seu todo afeiçoado amigo e Pai

 

                                               Le Prevost

 

Está vendo o Sr. Choyer? Seu grupo de escultura tem êxito? Boas lembranças para ele.

 




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