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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1501 - 1600 (1870)
    • 1522 - ao Sr. de Varax
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1522 - ao Sr. de Varax

Detalhes sobre a morte edificante do irmão Gallais. Esperança do Sr. Le Prevost no meio das provações: “submetamo-nos com amor e esperemos!” Repouso necessário para o Sr. de Varax. Notícias dos irmãos. Como substituir o irmão Gallais.

 

Chaville, 7 de abril de 1870

 

Meu caríssimo amigo e filho em N.S.,

 

O falecimento de nosso caro irmão Gallais foi, como sentiu, um golpe bem doloroso para nós. Voltou sofrendo, cansado, para tomar um pouco de repouso em Chaville. Era o repouso profundo da morte que devia encontrar ali. Não sei se lhe disseram que foi praticando corajosamente a caridade que foi atingido pela doença contagiosa (as bexigas) à qual sucumbiu. Um bom jovem de sua obra, que fora visitar e consolar no hospício, lhe comunicou esse mal. Repetidas vezes, a Irmã da sala o avisara de que a epidemia era, neste ano, das mais perniciosas. Não tinha dado bastante atenção a isso, sentindo que sua presença era um grande bem para o jovem moribundo; ficara várias horas perto dele. No dia seguinte, após tê-lo conduzido ao cemitério, estava obrigado, ele mesmo, a ficar de cama para não mais se levantar.

 

Desde sua chegada em Chaville, tinha sentido nele um movimento de graça extraordinário, e notei nele a mesma disposição enquanto continuou consciente. Preveniu-nos a tempo e pediu para se confessar, e, no meio de sofrimentos extremos, mostrou uma paciência perfeita com uma submissão comovedora à vontade de Deus, não cessando, por suas piedosas aspirações, de se elevar para Ele. Apesar dos cuidados mais corajosos e mais dedicados ds nossos irmãos que vigiaram perto dele de noite e de dia, expirou suavemente no sábado, pelas 9 horas da manhã. Desde a quinta-feira, parecia ter perdido consciência, não falando mais e não podendo tomar nada. Quando vim dar-lhe adeus antes de minha partida para Vaugirard, não pôde me responder, nem, sem dúvida, me ouvir quando lhe dei uma última bênção. Seus olhos, inchados pelo mal, estavam absolutamente fechados.

 

No domingo, 120 jovens de Grenelle, alguns grupos dos outros patronatos, e todos aqueles de nossos irmãos que puderam escapar de suas obras se reuniram a nós para seu enterro. Eis dez servos colocados por Deus em nossa pequena família que Ele chamou de volta para Si. São outras tantas feridas que, uma após outra, trazem algum gemido em nós, quando sua lembrança se desperta. Possamos, outras tantas vezes, nos inclinar sob a mão divina com submissão profunda. Há pouco, procurando, como muitas vezes, alguma consolaçõ no livro da Imitação, achei:  “Se retirar suas consolações de mim, que a submissão à sua vontade e a essa justiça pela qual me prova nos males me faça as vezes de uma soberana consolação. Pois, não estará sempre com cólera e não usará eternamente de ameaças.” Portanto, submetamo-nos com amor, e esperemos!

 

Você também tem particularmente ocasião de se submeter, já que,  neste momento, está provado fisica e moralmente. Tome também para si, caro amigo, esta doce palavra de esperança: não estará sempre com cólera; a hora da consolação voltará. Quando tiver chegado a estação em que achar útil tomar o repouso de que sente cada ano a necessidade, avisaremos a sustentar da melhor forma as coisas em Angers durante sua ausência, e o equilíbrio de sua saúde se restabelecerá.Quanto ao posto que tem em Angers, Deus lhe proporcionará ali alegrias do jeito que você precisa, desde que as ocasiões de fazer o bem às almas tiverem tornado-se, com o tempo, freqüentes para você.

 

O Sr. Perthuisot parecesentir o bom efeito de seus relacionamentos com você, já que começa a entender e a apreciar a vida religiosa. Acho que o fundo não falta nele, mas que a cultura lhe faltou até agora.

 

Para o Sr. Ginet, acho que seu regulamento de estudos deve ser bem acompanhado e incluir o latim, a história e um pouco de literatura, o conjunto misturado com os exercícios piedosos e outro tanto trabalho manual que necessitar para sustentar sua liberdade de espírito.

 

A substituição do Sr. Gallais o preocupa, sem dúvida, como a nós. É, com efeito, uma grave dificuldade para o Conselho da Congregação. Vamos, acho, providenciar um estado provisório que o Círculo dos jovens, de que cuidava unicamente o Sr. Gallais, poderá momentaneamente suportar, ao menos esperamos, sob a direção do Sr. Baumert assistido pelo Edouard Lainé, o qual será, ele mesmo, ajudado por um irmão dado por nós. Acabo, ao mesmo tempo, de escrever a Roma para chamar de volta um postulante  [G. Coquerel] que autorisei a fazer ali uma estada temporária e que poderá nos ser útil, quando tiver feito seu tempo de noviciado. Era Presidente do Círculo dos jovens em Tours. É culto, tem 27 anos e me foi recomendado por eclesiásticos, nossos conhecidos, como tendo grandes aptidões para nossas obras. Rezemos para que Deus faça dele um instrumento para seu serviço. Ajuda, há seis semanas ou dois meses, nossos irmãos em Roma.

 

Adeus, meu caríssimo filho, não deixe, se lhe voltarem alguns momentos de bem-estar interior, de partilhá-los comigo.

 

Seu todo afeiçoado amigo e Pai em N.S.

 

                                               Le Prevost

 




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