Conversações
do Sr. Le Prevost com os irmãos durante o retiro. Dificuldades em Roma.
Vaugirard, 6 de maio de 1870
Meu
caríssimo amigo e filho em N.S.,
Nosso
retiro vai encerrar-se amanhã cedo. Tudo se passou bem. Nossos irmãos parecem
estar satisfeitos e vão voltar em boas disposições. O R.P. esteve muito de seu
gosto: com efeito, é amável pessoalmente e suas instruções eram simples,
sólidas, cativantes; todos podiam acompanhá-las.
O Sr.
d’Arbois e nossos irmãos eclesiásticos tendo repartido entre si os irmãos
leigos para conversar com eles e ajudá-los a bem acompanhar o movimento, não me
pareceu que alguém entre eles estivesse aborrecido. Um muito grande número
vieram me ver. Embora muito aliviado pelos cuidados dos outros padres,
senti-me, no entanto, cansado, minha saúde tendo-se encontrado nestes dias
muito enfraquecida. O bom Mestre calcula tudo. É bem de se pensar que, se eu
tivesse sido mais forte, teria recebido menos auxílio. Confiança, sempre
confiança, não saberíamos nos abandonar demais à confiança.
Obrigado
pelas informações sobre seus irmãos. Essas notas são úteis em semelhante
circunstância.
O Sr.
Gauffriau está bem reanimado. Se puder cortar um pouco o tempo que ele consagra
às crianças do Coral por um breve momento que interrompa a continuidade,
ficará muito aliviado com isso.
Parece-me
bem desejável não assumirmos agora a classe de latim para essas crianças, pois
esse cuidado tornar-se-á logo muito escravizante.
Para o
jornal, a Correspondência de Roma não poderia ser o bastante, ou então
um jornal publicado duas vezes por semana? Uma folha quotidiana faz perder
muito tempo e dissipa o espírito.
Faremos o
que pudermos para facilitar sua viagem. Seria pena que fosse ausente quando da
chegada de Monsenhor Freppel, mas quem sabe o momento de sua volta!
Segunda-feira,
9 de maio. Seus irmãos partiram tão depressa sábado que me
faltou tempo para fechar estas poucas linhas e mandá-las. Não acrescento nada,
não vendo coisas notáveis a lhe comunicar.
Somos
sempre incertos sobre o partido a tomar em relação à nossa posição em Roma. O Sr. Jean-Marie
[Tourniquet] que está agora nos zuavos, em conseqüência de sua permutação com o
Sr. Emile [Beauvais] (tipo de satisfação dada aos capelães), está fazendo o bem
ali, mas se desgastou muito. O Sr. Beluze, que chega de Roma, nos assegura que,
se passar o verão por ali, não voltará de lá. Teve muitos aborrecimentos com as
obras. O Sr. Jouin não vai, deverá ser chamado de volta. Todos me asseguram que
esse posto seria suportável para nossos irmãos unicamente com a condição de
terem consigo um irmão eclesiástico. Tínhamos pensado no Sr. Chaverot, que a
vinda dos jovens néo-sacerdotes nas férias [Leclerc, Pattinote, Ad. Lainé]
poderia, a rigor desobrigar de Vaugirard. Deve-se tomar esse partido, ou antes
chamar de volta nossos irmãos? Inclinaria muito para esse último meio, pois há
nesse posto enorme cansaço e esgotamento corporal e espiritual, com um bem
quase filantrópico. Porém, se diz que as últimas Páscoas foram melhores do que
antes.
Não sei se
lhe disse, como deveria ter feito, que o sucesssor do Sr. Berloti, o Sr. X...,
enviou 3.300f
ao Sr. Paillé, que os entregou a mim. Agradeço-lhe por esse envio e também
pelos 50f
para os Clérigos.
Adeus, meu
caríssimo filho. Quero sempre chamá-lo assim, embora a infância natural já se
afaste notavelmente de você; a Santa infância dura sempre.
Seu todo
afeiçoado amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
Acho que
sua ótima mãe vai bem. Rezo por ela e por todos os seus.