Precisões
para dissipar um mal-entendido e poupar a sensibilidade do Sr. Maignen.
Chaville, 18 de maio de 1870
Meu
caríssimo filho em N.S.,
Sua carta
me surpreendeu singularmente. É com uma sinceridade inteira que o declaro, não
disse uma só palavra no Conselho de ontem pela qual pudesse se ofender. A
respeito das festas, disse que, muitas vezes, mal cobriam seus gastos.
Tranqüilamente, sem mesmo a sombra de uma censura, citei a última dada no
Círculo e que deixou esse resultado. Duvido que algum Superior pudesse fazer
uma observação com termos mais calmos e mais medidos. Não me faço diante de
Deus nenhuma censura a esse respeito.
Quanto às
observações dirigidas ao Sr. Vasseur, e com justa razão seguramente, já que
assinalavam mais uma vez a tendência constante das obras (não em Nazareth
unicamente, mas em toda parte, no interior mesmo, onde ainda o constatei
ultimamente em Amiens) a sairem das justas medidas para a duração das festas,
as proporções que se lhes dá, as despesas de atividade e de dinheiro que se
lhes consagra. Pus nisso alguma insistência, porque o Sr. Vasseur se recusava a
reconhecer a verdade dessa disposição, no momento exato em que se assinalava o
costume que tomava de terminar todas as suas reuniões na hora extrema
que o Capítulo tinha determinado para as assembléias extraordinárias.
Declaro
aqui da maneira mais expressa que, de fato e na intenção, eu pensava e falava somente
ao Sr. Vasseur sozinho, sem fazer a sombra de uma aplicação a você. Portanto, é
sem motivo algum que ficou assombrado. Essa última palavra explica seu
engano nessa ocasião e, em geral, em todas demais. Que tenha eu, seu amigo mais
afeiçoado, seu Pai pelo coração como pelo título, que tenha prevenção, quase
aversão contra você, que desconheça seus trabalhos, seus serviços na
Congregação e nas obras, somente você no mundo pode conceber uma tal
imaginação. É um efeito de suscetibilidade, uma “sombra” que se projeta sobre
seu espírito e o impede de ficar na verdade. Acredite em minha palavra, meu
caro filho, acredite sobretudo em minha velha e inalterável afeição e tenha
certeza de que, se resisto a certos entusiasmos das obras, o faço por
consciência e por sentimento de meu dever, mas sem que meu absoluto devotamento
a meus filhos e irmãos, e a você bem particularmente, seja alterado por isso
de maneira alguma.
Abraço-o
com ternura.
Seu amigo e
Pai em Jesus e Maria
Le Prevost
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