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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1501 - 1600 (1870)
    • 1562 - ao Sr. d’Arbois
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1562 - ao Sr. dArbois

Rápido olhar sobre as provações do Instituto na véspera da guerra. A defecção do Sr. Lantiez, seguida por várias outras. Resignação e sabedoria.

 

Chaville, 20 de julho de 1870

 

Meu caríssimo amigo e filho em N.S.,

 

Agradeço-lhe o estudo atento que fez das observações e disposições pessoais do Sr. de Varax. Uma carta que recebo dele me indica ainda mais nitidamente a extrema repugnância que terá em retornar a Angers e, conseqüentemente, o perigo que haveria em mandá-lo de volta para lá. Chega a considerar como desejável a supressão, para nós, desse posto, e lança um gemido doloroso ao pensar que se poderá desejar vivamente esse corte, mas que não se terá a coragem de executá-lo. Seria, com efeito, um ato grave e que exigiria grandes cautelas. Mas, será que, sabiamente, será possível evitá-lo?

 

Ontem, festa de São Vicente de Paulo, recebi, por uma carta do Sr. Lantiez, o aviso formal de sua retirada da Congregação e de sua vontade determinada e, acho, aceita de entrar nos Jesuítas. Coloquei o sacrifício aos pés de Deus. É o mais duro dos que tenha sido obrigado a consumar desde minha entrada em vida comum.

 

Tem-se, portanto, que nomear alguém em Amiens. Se você ficasse em Angers, Vaugirard seria também desprovido, e é o lar da família. Grenelle, tão fraco em sua direção, tem grande necessidade de vigilância, e Sainte Anne mais ainda, e Saint Charles e Saint Jean igualmente. Podemos, nas circunstâncias graves em que vamos nos encontrar em tempo de uma terrível guerra, com pouco recrutamento provável (pois, o alistamento militar, como uma imensa rede, cobre e despoja, neste momento, todas as famílias), podemos continuar fracos e espalhados em distâncias notáveis uns dos outros, e não devemos, ao contrário, nos reunir tanto quanto possível e nos fortalecer no centro da Congregação? Suponho que seja colocado o Sr. Faÿ em Amiens, o Sr. de Varax em Chaville, você em Angers com o Sr. Lainé, o que sobrará em Vaugirard para ajudar minha insuficiência na direção do conjunto do corpo e de seus membros particulares, para constituir em Vaugirard uma força que sustenta e reconforta a todos e, ao mesmo tempo, um meio de vigilância para todas as obras agrupadas em Paris e que, começando por Nazareth e pelo Círculo, não têm direção séria nem superior propriamente dito? Sacrificar Angers seria doloroso, mas poderia acontecer que fosse o único verdadeiro meio de salvar a corporação, senão, talvez, de uma destruição absoluta, ao menos de um langor e de um empobrecimento talvez incuráveis.

 

Pense nisso diante de Deus, a situação é grave. Além do Sr. Lantiez, o Sr. Henry [Piquet], o Sr. Moutier, o jovem Pappaz, e quase seguramente os jovens Dufour e Gérold nos deixam ou nos deixarão logo. Os Srs. Gresser e Michel Manque (de Chaville) têm o medo fundado de serem constrangidos por suas famílias, diminuídas pelos recrutamentos em massa, a voltar para junto delas. Outros ainda estão, talvez, atingidos sem que saiba. Há ali matéria para reflexão. Sem resolver com temeridade a questão, é sábio examiná-la diante de Deus.

 

Parece-me que, se estivesse obrigado a ficar até o dia 27 para a recepção a fazer a Monsenhor Freppel, seria bom voltar logo depois, já que o Sr. de Varax prometeu estar de volta com o Sr. Jouin para o sábado, dia 6 de agosto. Se tivéssemos de nos retirar definitivamente desse posto, não poderia ser sem transição nem precaução. Seria sempre preciso, seja que você, ou seja que o Sr. de Varax retornasse por lá temporariamente.

 

Para o assunto da oficina, nada de urgente do lado do Sr. Boucault, já que, desde sua saída, não tivemos um só sinal de vida de sua parte. Mas os trabalhos andam, não sem gastos para a oficina. As contas estão atrasadas. Em que estamos? Não sei nada, não tendo penetrado na situação bastante a fundo para bem verificar.

 

A festa de São Vicente se passou ontem convenientemente. O Sr. superior do seminário de Versailles cantou a missa solene de manhã, e o Sr. Codant deu, à noite, o panegírico. As crianças e os irmãos parecem ter sido contentes. Os anciãos da família tinham, porém, algumas preocupações no fundo do coração, mas, na provação, conservamos a confiança em Deus e também uma sincera submissão às disposições adoráveis de sua Sabedoria.

 

Seu todo devotado amigo e Pai em N.S.

 

                                               Le Prevost

 

Mil afeições a nossos irmãos.

P.S. Acho que trará de volta consigo o Sr. Boiry.

Se precisasse de dinheiro para sua viagem e a do Sr. Boiry, escreva-me.

 

 




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