O
sítio de Paris. Medidas a tomar durante a guerra. Espírito de fé e de caridade.
Vaugirard, 12 de setembro de 1870
Meu caríssimo amigo e filho em N.S.,
Respondi a seu pedido de espórtulas de missas
concertando-me com o Sr. Planchat, que lhe mandou um certo número. Se viesse a
necessitar de novo, procuraria prover de novo.
A vista do que está acontecendo aqui, onde se dispõe,
para as necessidades públicas e os alojamentos militares, de locais pertencendo
às instituições caridosas, assim como diversas informações que recebo, me
persuadem de que, em Amiens, não serão isentos dessa requisição e que o
orfanato de Saint Jacques, em particular, será tomado para uma ambulância.
Seria, então, conveniente pensar nos meios que se teria que tomar nesse caso.
Não sei se, reunindo as crianças do orfanato na casa da rua de Noyon, se
encontraria bastante espaço para alojar ali todo o pessoal das obras. Se
tivessem que ficar em espaço apertado demais, seria conveniente examinar como
se poderia alojar os aprendizes, seja com seus pais, seja com seus patrões.
Diga-me o que acha. Do ponto de vista do bem geral, ficar com todos os que
protege, sob qualquer forma que seja, seria o melhor seguramente. Mas, se fosse
arriscar fazer mal as coisas ao querer abraçar demais, seria preciso se
resignar a essa supressão. Peço-lhe, meu caro amigo, para examinar essa questão
que vai se apresentar sem falta, tenho indícios seguros disso.
O Sr. Pattinote encontra seu lugar? Começa a ter suas
ocupações e seu regulamento um pouco traçados? Acredito que me escreverá quando
se sentir um pouco assentado.
Espero que, no interior, estejam um pouco mais
tranqüilos do que em
Paris. Atravessamos tempos bem difíceis. Mantenhamo-nos à
altura de nossas provações pelo espírito de fé e de caridade, e prestando-nos a
todos os sacrifícios que a vista do bem parecer nos pedir: paciência, suporte,
benevolência e dedicação por nossos irmãos, amor de Deus acima de tudo.
Seu todo afeiçoado amigo e Pai
Le Prevost
|