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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1 - 100 (1827 - 1843)
    • 45 - ao Sr. Maillard
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45 - ao Sr. Maillard

Agradecimentos pela carta escrita após o casamento de V. Pavie. Seu comum amigo Gavard lhe fez, de viva voz, a narração do inesquecível dia.

 

12 de agosto de 1835

 

            Fico-lhe bem grato, muito querido filho, por me ter dado tão depressa sinais de lembrança, apesar das alegrias de uma volta, do tumulto inebriante de uma festa e das mil afeições de que você está cercado. A parte que você me fez no meio de tudo isso se torna  mais preciosa para mim. Sua amável cartinha ficará com minhas mais amadas, minhas mais escolhidas, com as que não preciso reler, que olho somente às vezes porque um olhar para elas me satisfaz.

     Nosso amigo Gavard não enganou sua expectativa, nem a minha. Desde a chegada, ele me conduziu sob as árvores, em lugar fresco, e aí, tendo-me pedido para sentar-me, sem parar durante três horas, ele me contou minuciosamente fatos, palavras e gestos. Que nosso muito querido Victor fosse o assunto quase único dessa longa conversa, era o que se devia, mas os  outros também não foram esquecidos. Você sobretudo, caro amigo, e sua tão boa família tiveram nela o lugar que lhes pertencia, quer dizer grande e de predileção como nossos sentimentos por você. Soube assim o êxito de seus versos; tinha-o bem previsto, são os melhores, os de melhor inspiração que você tenha feito: que suas lágrimas tenham vindo como dupla homenagem ao nosso bem amado Victor, nada mais simples, tudo vinha da mesma fonte. Ele bem merece ser amado assim, e você, caro amigo, o mais novo, o mais puro de todos os seus amigos era bem digno de nos servir de órgão; sua voz falava por nós todos; oh! assim como sei, o coração de nosso amigo deve ter vibrado bem alto com tal harmonia! Que linda, que encantadora lembrança para você, caro filho, bendiga a Deus, pois a milhões de outros em toda a sua vida, ele não concede uma igual! E sabeamigo, por que a você antes que a eles tal favor é concedido? É em primeiro lugar porque o ama acima dos outros, pois seu amor é livre, e depois, com seus vinte anos seu coração ainda é puro, isso explica tudo, persevere, caro filho, e o presente lhe será uma garantia do futuro.

            Escrevo-lhe no fim de uma longa e cansativa sessão de escritório, e se meu coração, na falta do resto, não empurasse minha pena, não teria tentado escrever-lhe. Fazia questão de dizer-lhe, quanto antes e pela primeira ocasião, algumas palavras ao menos como primeira prestação para as outras cartas que poderei, espero, escrever-lhe.

            É Léon  que se encarrega da carta: pobre rapaz, desde algum tempo estava um pouco abandonado. Angers, sem dúvida, lhe reserva compensação. Penso sem cessar em nosso Edouard, diga isso para ele, queria escrever-lhe71 também, mas nem posso levar ao término este bilhete. Quando aqui, durante seus sofrimentos, eu não podia lhe falar para não cansá-lo, abraçava-o, abrace-o por mim.

            Gavard me fez amar com ternura sua família, gostarei de não lhe ficar inteiramente alheio, diga em particular mil coisas amigáveis a seu jovem irmão, já somos, sabe, um pouco amigos.

            Adeus, querido filho, até logo, guarde-me bem perto de vocêtenho-o eu sempre aqui.

                                               Léon Le Prevost

 

 





71 E. Guépin de volta para o Anjou, é Leon Cosnier que vai levar a Angers esta carta destinada a A. Maillard.





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