Notícias
da Congregação durante o sítio de Paris.
Vaugirard, 2 de fevereiro de [1871]
Purificação
Meu caríssimo amigo e filho em N.S.,
Asseguram-me que, a partir de hoje, o correio recomeça
a funcionar. Sem demora alguma, mando-lhe algumas linhas para pedir-lhe notícias
suas. Recebemos em seu tempo seu telegrama, mas era necessariamente bem breve.
Para nós, tenho somente poucas coisas a lhe dizer: todos os nossos que haviam
permanecido aqui estão sãos e salvos, apesar dos perigos que a situação pôde
apresentar muitas vezes em Vaugirard, em Montparnasse e em Grenelle. Nossas
obras, bem diminuídas, adivinha facilmente, foram mantidas em todo lugar. Temos
acrescentado ambulâncias e reuniões de militares em todas as nossas casas. As
privações ou sofrimentos do sítio foram notáveis apenas nestes últimos tempos.
O Orfanato, gratificado por uma grande multidão de obuses, sofreu alguns danos
nos prédios, sem nos preparar, porém, gastos consideráveis de reparação. Foi
preciso, ali e em Grenelle, dormir nas caves e, para Vaugirard, instalar em
Saint-Charles o que nos sobrava de órfãos não retomados pelos protetores. Estão
de volta desde ontem.
Ontem igualmente, tivemos algumas informações sobre a
posição de nossos irmãos de Chaville. Apesar de alguns incômodos ou dificuldades,
atravessaram a provação sem obstáculo real. Uma companhia de linha prussiana e
um posto de correio ocupam a casa, que não foi absolutamente poupada, mas sem
ruínas irreparáveis.
Quanto aos nossos irmãos de província, não temos quase
nenhuma informação.
3 de fevereiro.- Ontem, o
Sr. Mitouard, um de nossos irmãos que guardam Chaville, pôde chegar até nós.
Ele e os outros estão salvos, mas a propriedade está lamentavelmente devastada.
As peças principais do nível térreo servem de estrebaria, a capela, de armazém
de grãos, diversos muros e paredes derrubados, portadas e persianas queimadas,
mobiliário queimado ou dispersado até para fora do país, etc. Deus dera, Ele
retomou, que seu santo Nome seja bendito!
Pelo Sr. Mitouard também, que pôde receber cartas da
Bélgica, temos notícias um pouco mais precisas e geralmente bastante
satisfatórias de nossos irmãos, em diversos lugares. Não lhe digo nada a esse
respeito, já que viu os da Bélgica.
Para os de Angers, acho que todos vão bastante bem.
Estamos, porém, na incerteza a respeito do Sr. Ginet e do Sr. Guichard. O Sr.
Moutier parece ser ainda dos nossos, já que viajava com você. Estaremos muito
felizes por recebermos diretamente notícias suas. É uma necessidade, após
tantas provações, reencontrar-se, se tocar e ver, por assim dizer. Uma
informação pela metade não basta.
Termino estas linhas, desejando escrever em sentidos
diversos. Mas, com as comunicações reabertas, poderemos, graças a Deus,
corresponder mais intimamente.
Todos os nossos irmãos comigo abraçam ternamente você
e a família de Angers. Pedimos a Deus que esteja com vocês e que bendiga seus
trabalhos.
Seu todo devotado amigo e Pai
Le Prevost
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