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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1601 - 1700 (1870 - 1872)
    • 1608 - do Sr. de Varax ao Sr. J. Faÿ
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1608 - do Sr. de Varax ao Sr. J. Faÿ

P.S. do Sr. Le Prevost

Notícias das obras e dos irmãos. O Sr. Le Prevost se alegra por saber o Sr. Lantiez são e salvo.

 

Vaugirard, 16 de fevereiro de 1871

 

Meu mui venerado irmão em N.S.,

 

Sem dúvida, as lentidões dos primeiros comboios de missivas, saídos de Paris após o desbloqueio, terão sido causa de não ter recebido a longa carta do P. Superior. Nela, fazia-lhe todas as perguntas que sua afeição podia lhe sugerir sobre você e sua casa. Sua carta do dia 3 deste mês ainda o deixa na incerteza sobre diversos pontos. Encarregando-me de lhe agradecer, pede-lhe para completá-la logo que puder.

 

Em primeiro lugar, seria bem útil organizar uma lista, precisando os nomes dos nossos irmãos reunidos neste momento em Tournay sob sua responsabilidade. O P. Geral, confiando plenamente em você para os cuidados a dar e a vigilância a exercer junto a estes, só teria que indagar do estado dos que ainda estão fora de Tournay.

 

Embora a situação que nos é deixada pelos acontecimentos esteja longe de ser próspera do ponto de vista financeiro, o Padre não quer que sua pequena família sofra em seu afastamento e se ofereceu, ao escrever-lhe, a ajudar, desde já, para sua manutenção pelo envio de duzentos ou trezentos francos. Perguntou-lhe qual meio seria o melhor para fazê-los chegar. Seria provavelmente uma letra de câmbio sobre algum banqueiro de Tournay ou de Mons...? Terá a bondade de responder-lhe segundo suas necessidades, e de dizer-lhe se essa importância bastaria por enquanto.

 

A situação que lhe foi deixada pelos hóspedes bondosos que os acolheram, tanto no Bispado como no seminário e nas Conferências, é um sinal bem visível da proteção com que Deus cerca os fracos e também um testemunho do espírito de caridade que anima esses Senhores. O Padre Superior pede-lhe para lhes expressar seus sentimentos agradecidos quando tiver a ocasião, sobretudo junto ao Monsenhor Bispo de Tournay, ao excelente Sr. Desclée e aos Senhores do seminário. Um dia virá, sem dúvida, em que a misericórdia de Nosso Senhor devolverá ao cêntuplo a esse país hospitaleiro o bem que faz hoje a nossos queridos exilados.

 

Sabe, talvez, indiretamente alguma coisa de nossa situação em Paris. As infelicidades do sítio nos atingiram apenas o bastante para bem marcar aos nossos olhos a proteção de nosso bom Mestre e de sua Santíssima Mãe, que é também a nossa. O bairro de Vaugirard, exposto ao fogo violento que o inimigo dirigia contra a bateria do Bastião 73, foi sulcado por obuses. Nossa casa viu milhares passar sobre seus tetos sem causar dano notável. Um só obus furou o teto da sala São Luís Gonzague, um obus inteiro entrou no quarto outrora ocupado pelo Sr. dArbois, sob o sino, e não estourou. Um terceiro fez a mesma coisa nas pequenas cabanas do quintal. O jardim, crivado, não viu cair um só sobre o modesto teto da Salette.

 

Em Grenelle, mesma proteção. Um obus caiu ao da estátua da Santa Virgem, no pátio, e não estourou. Em Nazareth, as duas casas, em perigo iminente, não receberam um só fragmento. Um obus estourou no ginásio dos aprendizes, após ter se encovado a um metro no chão, ao da estátua do anjo da guarda. A sagitta volante in die, a negotio perambulante in tenebris... custodisti nos, Domina ! [da flecha disparada em pleno dia, da peste que caminha no escuro,... preservaste-nos, Senhora!] As obras se mantiveram, com fases mais ou menos penosas de fervor ou de relaxamento, mas nenhuma foi fechada. Retomam vida nova neste momento em vários pontos. O Sr. Hello está de novo no meio de seu rebanho em Nazareth. O P. Foinel é aguardado no Círculo. Em Sainte Anne, o Sr. Planchat não cessou de aumentar o número de suas conquistas apostólicas, tanto entre os militares (móveis, feridos, etc...) como entre as crianças de seus bairros e seus pobres pais. A obra nunca se esvazia. O Sr. de Broglie consagra-lhe todo o seu tempo, ou quase. Saint Jean transborda de soldados que são acolhidos ali como em um Círculo militar e parecem pegar gosto à vida calma e cristã que se respira dentro. Grenelle teve, como Nazareth, sua ambulância sempre cheia. Hoje, junta-se a obra dos soldados à do Patronato.

 

Vaugirard não recebeu de volta seus órfãos, 400 artilheiros foram alojados ali. Enquanto se aguarda a paz, pensamos um pouco em fazer-lhes algum bem.

 

Eis aí bem pouco para sua legítima curiosidade, meu bom irmão, mas já é o bastante para incitá-lo a agradecer a Deus conosco por não ter permitido ainda que o ramo se ressequisse em nossas mãos. Possa ele reverdecer enfim por toda a França e a reinar em tantos corações que a tinham esquecido demais! Rezamos em união com vocês nessas intenções cotidianas.

 

Adeus, meu bom e venerado irmão. Mandando a todos a expressão da ternura de nosso Padre Geral, junto a de minha humilde afeição em N.S.

 

                                               B. de Varax

                                               Padre, irmão de SVP

 

 

Meu caríssimo amigo e filho em N.S.,

 

O Sr. de Varax, vendo-me cercado de muitas correspondências que pedem resposta, me hoje sua ajuda. Acrescento somente esta palavra para assegurar todos vocês de minha terna afeição. Diga em particular a meu P. Lantiez que estou muito feliz por sabê-lo são e salvo, assim como todos os nossos encarregados de ambulância. Toda a sua família vai bem. Ultimamente, quando vimos seu irmão, só tinha algo satisfatório para dizer a ele e aos seus. Naquele momento, a Sra. Lantiez e as filhas ainda não tinham voltado de Etretat. Não acho que cheguem a Paris antes da paz concluída. As Damas da rua Jacob vão bem, tive notícias bem recentes delas ontem. Sobre seus parentes, como podia prever, o Sr. Flammarion faleceu, o primo Préau igualmente, a Senhora Bachotet está doente, como em muitas vezes. Todos os outros, incluindo o irmão Auguste [Faÿ] que me essas informações, estão em estado satisfatório.

 

Vimos muitas vezes os de Chaville. Tenho uma carta dos Srs. Baumert, dArbois, Risse, Trousseau. Todos vão bem. Falarei com você sobre  as obras de Tournay, Londres, quando pudermos nos encontrar. Nada de Roma ainda. Vou escrever.

 

Seu devotado amigo e Pai em N.S.

 

                                               Le Prevost

Ternas afeições a todos.

 

 




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