Notícias
das diferentes casas do Instituto durante a guerra.
Vaugirard, 21 de fevereiro de 1871
Meu caríssimo amigo e filho em N.S.,
Uma ocasião toda favorável, e análoga à que me trouxe tão
seguramente sua missiva do dia 12 deste mês, me permite, à minha vez,
escrever-lhe sem medo de atrasos nem de descuido da parte dos correios. O Sr.
Decaux parte para Tournay. Talvez, na sua volta, me traga algumas notícias bem
recentes de nossa pequena colônia de Tournay. Digo pequena, porque é toda
amável para mim, mas grande em número e em méritos também, tenho certeza. Não
tenho quase nada a acrescentar à carta que lhe escrevi (o Sr. de Varax
segurando a pena) há alguns dias, sexta-feira última, acho. Vamos todos
bastante bem. O Sr. Bonnet acaba de chegar de Metz, bastante bem restabelecido,
um pouco fraco ainda. Sua viagem durou três dias, as comunicações, mesmo com um
passaporte, estão ainda lentas e se fazem com diversas mudanças de trens.
Nossos irmãos de Metz estão em boa condição. Os jovens, muito dispersos,
começam a voltar. É a mesma coisa em nossos patronatos de Paris, um pouco
embaraçados, todavia, por reuniões de militares, móveis, etc... que são
acolhidos em várias de nossas casas.
Em Vaugirard, nosso grande prédio serve sempre de
caserna para companhias de artilheiros. Acabamos de fornecer-lhes dois bilhares
e diversos jogos montados, a expensas da Sociedade católica, em duas salas dos
perseverantes. Se a paz se realizar, deixarão Paris e os Prussianos
retornarão a seu país. Não lhe digo nada sobre esse gravíssimo assunto, sabe
mais ou menos tanto quanto nós. O Sr. Decaux, aliás, poderá lhe falar nisso.
Esse excelente amigo é cada vez mais como um irmão para nós. Viu, de seu lado,
como a Senhora Decaux, sua digna companheira, é excelente pelo coração como por
seu bom espírito.
O Sr. Hello retomou posse de Nazareth. O Sr. de Varax
me ajuda um pouco em Vaugirard, mas sua obra de predileção, neste momento, é o
cuidado dos militares.
Terá sido informado, como nós, de que o Sr.
Blanchetière tinha sido morto no exército da Loire, levantando um ferido que
queria levar à ambulância. Nossa Comunidade perde nele um sujeito, pois era
decidido a entrar em nossa Congregação após a guerra.
Os Srs. Audrin e Mitouard perderam suas mães
recentemente. O Sr. Gresser perdeu um irmãos militar. Peço-lhe, assim como ao
Sr. Lantiez, para rezarem duas missas na intenção deles, coletivamente, por
causa das dificuldades do momento, a menos que julguem conveniente fazer
diferente.
Penso, como você, que seria muito importante que
pudéssemos nos ver. Mas essa entrevista só pode se realizar após o
restabelecimento regular das comunicações.
Não me oponho à entrada do Sr. Piquet nos RR. PP.,
embora, no meu entender, fizesse mais sabiamente e mais cristãmente
permanecendo onde Deus o colocou.
Não deixe de me enviar alguma carta pelo Sr. Decaux, é
um meio tão providencial. Sua última carta é do 12 do mês corrente. Recebi,
depois, uma atrasada, do dia 31 de janeiro. O mesmo caso aconteceu com uma
profusão de outras, paradas também no caminho em diversos percursos.
Adeus, meu caríssimo amigo e filho em N.S. Deixo-o para
escrever algumas palavras ao nosso P. Lantiez. Fará chegar-lhe, por favor, sua
carta que o atingirá assim mais fielmente.
Seu todo afeiçoado amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
Mil ternuras a todos a seu redor. Não posso, lamento
muito, escrever a todos. Suas cartas nos causaram uma grande alegria.