Desculpas por ter
insistido demais sobre o futuro de seu amigo. Notícias dos pobres de quem
cuidava o Sr. Levasssor. Vocações do Seminário d’Issy-les-Moulineaux. A festa
da Sociedade, no dia 19 de julho, foi um belo sucesso.
18 de
agosto de 1835
Meu caro amigo,
Você parece bem decidido a não dar notícias, no entanto me seria bem agradável
recebê-las. Receio que o ardor, talvez indiscreto, de minhas instâncias a
respeito de seu futuro, o tenha, para maior segurança, levado a tomar esse
papel silencioso para comigo. Mas, caro amigo, uma simples advertência de sua
parte teria sido o bastante para me dar mais reserva, e a presente carta, em
particular, lhe provará que posso, qualquer que seja o interesse que me inspira
essa questão, abster-me inteiramente de abordá-la.
Penso que, resolvido esse ponto, você não ficará bravo por ouvir falar um pouco
de todos aqueles que você deixa aqui e dos quais conserva, espero, ainda alguma
lembrança. Posso pô-lo a par, pois, há pouco, vi quase todo o seu mundo. Dona
Courbe, que uma insolação, você sabe, tinha deixado seriamente doente, está
plenamente restabelecida. Domingo passei lá a tarde, levando um rapaz
recentemente desembarcado e que se deseja manter em seus bons princípios.
Pensei que não havia para tanto meio mais seguro do que fazê-lo amigo de nosso
bom Emile. Festejavam nesse dia Dona Courbe (Marie) com toda a família reunida
à mesa. Essas excelentes pessoas não acharam que estávamos sobrando e nos
acolheram da melhor forma possível, a noitada foi muito alegre, e meu Lyonense
saiu encantado. Prometi levar à sua lembrança toda essa boa família que o ama,
meu caro amigo, de um modo bem raro e bem digno de inveja.
Uma notícia: nosso amigo Marziou está aqui há alguns dias. Vem fazer suas
compras para seu casamento que se realiza daqui a quinze dias. Coitado do menino!
De verdade, ao vê-lo cansado, emagrecido, mudado, não posso deixar de acreditar
que tem razão de encher bem a sua vida, pois ela não parece muito
prometer longa duração. Ele tinha medo de mim; o caro amigo me conhecia,
portanto, bem mal; abracei-o com toda a efusão possível e depressa o
tranqüilizei.
Você conhecia, meu amigo, o Sr. padre Dombrée, ao menos me tinha ouvido falar
dele muitas vezes: com seus vinte e oito anos apenas acaba de nos deixar. No
dia da Assunção, estávamos todos em Saint Sulpice ao redor de seu caixão. O padre
Didon, santo padre, sabe, acompanhava com passo lento o enterro; o padre
Dombrée era seu colega de classe: eles se reverão logo, não parece possível que
isso tarde mesmo até o outono. Era, asseguro-lhe, um triste espetáculo,
mas Deus falava também em tudo isso, e mais de um na multidão invejava a sorte
desses dois padres, do primeiro sobretudo, que possui em vez de esperar.
O Sr. Cherruel adia seu projeto de Seminário, o Sr. Roger não viu sem alegria a
época das férias abrir-lhe as portas dos lindos jardins de Issy. Saiu dali tão
depressa, tão depressa que quase tenho medo de atraso para sua volta. Assim
derrocada de todos os lados, felizmente sempre ficam para Deus camponeses,
pescadores, que, só tendo suas redes para abandonar se desapegam mais
facilmente; começo a entender esse mistério. Não é somente em tempos ruins,
como os de que estamos saindo, que o Senhor recruta ali sua milícia, mas
sempre. Oh! meu Deus, o Senhor o disse: bem-aventurados os pobres. Dona Meslin
vai bem, tratamos de fazê-la conseguir os 5 francos dos 74 anos; ainda não sei
se teremos êxito. As senhoras Delatre e Dorne vão razoavelmente bem.
Tivemos uma festa admirável no dia da festa do padroeiro de nossa pequena Sociedade.
O arcebispo oficiava, 4 Bispos o acompanhavam, o Bispo de Moulpen pregou. À
noite, reunião dos irmãos na casa do Sr. Bailly e alegria completa. Na igreja
como na festa, éramos mais de 100. Isso encerrou dignamente o ano.
Meu pobre amigo Edouard Guépin ainda se encontra neste mundo! Adeus, caro
amigo, escreva-me e acredite sempre na afeição toda fraterna de seu devotado
Le Prevost
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