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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1601 - 1700 (1870 - 1872)
    • 1627 - do Sr. de Varax ao Sr. Baumert
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1627 - do Sr. de Varax ao Sr. Baumert

A fundação em Londres pelo Sr. Baumert. Prudência antes de montar planos mais precisos.

Chaville, em 2 de abril de 1871

Meu caríssimo irmão,

O Padre Geral o autoriza de muito bom grado a aproveitar de uma maneira definitiva das proposições tão paternais de Monsenhor o Arcebispo de Westminster [Cardeal Manning]. O Padre escreverá pessoalmente a sua Grandeza para lhe testemunhar a gratidão à qual tem direito da parte de nosso pequeno Instituto. Para você, ao contribuir com sua pessoa e seu zelo para a fundação definitiva desse estabelecimento apostólico, não se esqueça de que nossa grande fraqueza e incapacidade em trabalhar ao serviço das almas nos obriga a contar com Deus muito mais do que qualquer outro. Entre nós, nem a antiguidade, nem o grande número, nem a potente organização, nem a fama ajudam nossos humildes esforços. Mas teremos ganho tudo, se soubermos orar e aguardar, dizendo como São Vicente, nosso Pai: “Nas coisas deste mundo, quanto menos se encontra o humano, tanto mais Deus está presente”.

 

Forneça, portanto, o quanto antes, à sua obra o bem que representa a chegada do irmão Emes. Talvez já esteja muito impaciente por ir encontrá-lo, pois já foi avisado, parece-me. Não será o caso de apressar da mesma forma a instalação de novos prédios. Basta, por agora, estabelecerem-se apertadamente nos antigos. É o bastante manter a obra, até nova ordem, nos limites um pouco restritos em que a encontram. Após um certo tempo, quando forem percebidas de mais perto as exigências e as possibilidades de cada coisa e de cada um, será possível montar planos mais ponderados e mais suscetíveis de futuro. Se fosse preciso, mesmo então, para a ampliação das obras, teríamos tido o tempo suficiente para nos orientarmos e escolhermos um local mais apropriado aos nossos usos... Tudo isso, portanto, você pode perceber, deve ainda ficar, por prudência, na expectativa e na indecisão.

 

Terá, conforme deseja, a visita de um enviado do Padre Superior. O Sr. Lantiez está de sobreaviso. Poderia acontecer que sua viagem fosse impedida por algum obstáculo. Nesse caso, iria eu no seu lugar, logo que um trabalho de que cuido atualmente estivesse terminado.

 

Aguardando esse abraço amical que o coração da Congregação lhe enviará com alegria nessa terra inglesa que nos acolheu hospitaleiramente, não perca de vista, caro amigo, que tem em si mesmo um tesouro de união e de paz espiritual em que pode haurir todos os dias, sem o socorro de irmão nenhum nem de visitante, quero falar do tesouro das observâncias... o amor das práticas do Instituto, a meditação freqüente dos atos de virtude de nosso Pai São Vicente de Paulo, a correspondência sob forma de boletim (como em Metz) com o centro do governo da Congregação. Serão práticas que lhe darão vida e companhia no meio de sua solidão. Não ficará sozinho, nem para o coração, nem, sobretudo, para a alma, quando sentir a santa regra guiar seus dias e o anjo da guarda conformar-lhe todas as suas ações.

 

Embora sua viagem à Alemanha seja adiada, acolherá, no entanto, o Sr. Braun depois da Páscoa. Seus negócios pessoais o chamam para Londres. Sua afeição agradecida por nosso Instituto não lhe permitirá viver a seu lado sem lhe prestar algum serviço. Todavia, será a título de amigo e de hóspede que deverá acolhê-lo, e sua estada em sua casa não poderia dar-lhe motivo nenhum de tomar parte na direção dos negócios, nem de exercer alguma autoridade.

 

Termino aqui as comunicações do Padre Geral e mando-lhe, com seus paternos encorajamentos, os votos afetuosos de

 

Seu pequeno servo e irmão in Christo

 

                                                           B. de Varax

 

 

P.S. De meu lado, solicito sua caridade em favor de um infeliz Alemão (da diocese de Limbourg), cuja nacionalidade forçou a deixar a França, para onde vierauns dez anos, após ter abjurado a heresia. É um antigo pastor muito instruído, casado, pai de vários filhos... Sua filha mais velha, professora na Bretanha, deve também, acho, ter deixado a França. Como é dotado de um talento extraordinário em música, tinha ganho seu sustento em Châlon, onde minha família o havia acolhido e conseguido para ele um posto de organista em uma paróquia. É, portanto, profundamente conhecido e é possível recomendá-lo. Está atualmente em Lausanne, aguardando para achar uma posição. Se pudesse achar uma, escreva-lhe então ao Sr. Christfreund, em casa da Senhora Lauffer, rua do Flon, em Lausanne (Suiça).

 

Você lhe diria que fui eu que o avisei. Para facilitar, lhe direi que esteve vários anos afastado de sua família, para se colocar mais comodamente. Se não lhe achassem outra colocação, aceitaria então, acho, separar-se ainda dos seus. Além do talento de compositor fora do comum, possui uma instrução variada sobre as línguas, a história, etc. etc.

 

                                               B.V.

 




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