O
Sr. Le Prevost agradece a um Pe. Spiritano do Seminário Francês de Roma pelo apoio
prestado aos irmãos de Roma. Consulta para as diligências a fazer em vista de
obter um Vigário Geral.
Chaville, 10 de maio de 1871
Meu Reverendo Padre,
Não foi sem pesar que convidei os de nossos irmãos que
tinham a consolação de viver em Roma a deixar essa cidade santa, tão cara às
almas cristãs. Hesitava tanto mais para fazê-lo que me parecia entrever que seu
sentimento era contrário a essa volta e, posso dizê-lo em toda a verdade, cheio
de confiança em sua experiência, penetrado, sobretudo, de uma viva gratidão
pelos testemunhos sem número de sua benevolência para com nossa família
religiosa, inclinava a seguir seu parecer em lugar do meu. Mas na falta,
presentemente, de toda função em Roma que fosse conforme a sua vocação, pensei
que podia, sem inconveniente chamá-los temporariamente, com a ressalva de
mantê-los disponíveis desde que poderiam, perto de você, tornar a prestar
alguns serviços à causa da Igreja e de seu Chefe, tão profundamente venerado.
Não preciso dizer-lhe, meu
Reverendo Padre, com que alegria nossos caríssimos Romanos foram acolhidos por
todos os membros de nossa família que o temporal revolucionário não dispersou.
Nossos irmãos de Roma, reunidos aos que estão comigo aqui, ainda cuidam dos
militares, mas nas ambulâncias que são estabelecidas em nossos campos como
sucursais das de Versailles. O Senhor o disse: Em todo o lugar se encontram
misérias a aliviar.
Os jornais o informam de todas as tribulações dos servos de Deus nessa
lamentável tormenta e tenho certeza absoluta de que seu coração tão francês
fica profundamente comovido. Mas onde, então, hoje o espírito do mal não
suscita a perturbação? Sua cara cidade de Roma, asilo ordinário de todos os
perseguidos, refúgio de todas as almas que sofrem, não é, ela mesma, vítima das
agitações dos partidários do inferno? Esperemos que o Arcanjo São Miguel se
desprenda um dia do castelo Santo Anjo e venha precipitá-los no abismo.
Aproveito a ocasião, meu Reverendo Padre, para pedir
seu parecer no tocante a um assunto grave para nossa Congregação.
Bem cansado de corpo e de espírito por uma administração de mais de 25 anos,
sinto a necessidade, para não prejudicar o bem de meus irmãos e de nossas
obras, ou de me retirar inteiramente da direção, ou, ao menos, de ser quase
inteiramente substituído no governo habitual. Nossas Constituições me dão, a
esse fim, uma faculdade de que desejaria aproveitar. Nos termos de um artigo
que contêm, o Conselho ordinário da Congregação pode designar, para o Superior
Geral, impedido por suas enfermidades, um Vigário Geral que o substitui em sua
administração. A nomeação desse Vigário deve ser aprovada pela Santa Sé. Essa
disposição foi, a meu pedido, efetuada pelo Conselho de nossa Congregação.
Restaria ainda agora solicitar a aprovação da Santa Sé. Poderia, meu Reverendo
Padre, dizer-me em que forma devo fazer meu pedido? É ao Santo Padre
diretamente ou à Sagrada Congregação dos Bispos e Regulares que deve ser
dirigido? É absolutamente necessário que o nome do Vigário Geral designado seja
colocado no requerimento? O membro escolhido pelo Conselho ainda hesita para
dar sua adesão, não posso, no momento em que escrevo, apresentá-lo pelo nome.
Pensei, para abreviar os prazos, poder, no entanto, pedir-lhe de antemão essas
informações.
Não tenho, meu bom Padre, de assegurá-lo de nossa bem
profunda e bem viva gratidão por todos os apoios que nos deu, por todos esses
encorajamentos de que nossa fraqueza precisava para assentar-se no posto de
confiança onde fomos colocados em
Roma. O bom Mestre sabe quantas vezes lhe agradecemos e com
que ardor Lhe pedimos para pagar nossas dívidas para com você e para com sua
cara Congregação. Queira ainda, meu bom Padre, lembrar-se diante dele desta
pequena família que seu venerado fundador abençoou na sua origem e que, por uma
disposição da divina Bondade, seus filhos continuaram até agora a encorajar por
suas caridosas e tão cordiais simpatias.
Receba aqui, meu caríssimo Padre, os respeitosos
sentimentos de todos os nossos irmãos e os em particular de
Seu bem devotado servo e confrade em N.S.
Le Prevost