Aviso
em vista da volta a Paris. Últimos dias da Comuna. Provações atravessadas. O
Pe. Planchat sempre na cadeia, sem possibilidade de ser visitado.
Chaville,
23 de maio de 1871
Meu caríssimo amigo e filho em N.S.,
Peço-lhe para fazer passar a carta anexa ao Sr. Baumert,
assim como ele mesmo me indicou que se devia fazer para que as missivas lhe
chegassem seguramente.
Como vai, assim como todos os seus? Acompanha, sem
dúvida alguma, os acontecimentos nos jornais e está vendo que, enfim, Paris
volta a se abrir e nos permitirá, esperamos, nos reunir logo aos de nossos
irmãos que tiveram que ficar por ali. Numerosas vicissitudes aconteceram para
eles: nova evacuação do orfanato que se refugiou no Círculo dos Jovens
Operários, ocupação dos prédios de Vaugirard por 500 insurrectos que tiveram,
eles mesmos, de sair dali sob a chuva das balas e dos obuses. Não sei se sua
ocupação causou grandes estragos.
O Sr. Planchat sempre na cadeia; não se pode vê-lo,
mas fazem chegar-lhe alguns alimentos.
Chaville se restaura um pouco. Temos ali uma
ambulância de 25 leitos, ocupados todos por soldados fiéis e por um certo
número de insurrectos prisioneiros e feridos.
Adeus, meu caríssimo amigo e filho. Mil afeições a
você e a todos os nossos irmãos. Somos aqui 27 reunidos, mais alguns jovens dos
patronatos e um confrade de Nazareth, o Sr. Lécrivain. Os Srs. Chaverot e
Leclerc partiram antes de ontem à noite para acompanhar as tropas rumo a Paris
e assistir os feridos. Reze por eles.
Seu devotado amigo e Pai em N.S.
Le Prevost