Sobre
a morte gloriosa do Sr. Planchat.
Chaville, 7
de junho de 1871
Meu caríssimo filho em N.S.,
O Sr. de Varax o informou sobre a morte do Sr.
Planchat. Durante alguns dias, tínhamos conservado alguma esperança de que poderia
ter escapado ao furor dos inimigos da religião e de nossa cara França. Mas
hoje, é bem certo que nosso excelente irmão sofreu seu martírio com um bom
número de seus companheiros de cativeiro. Seu corpo, descoberto por nossos
irmãos de Paris numa fossa comum no Padre Lachaise, foi embalsamado e será
depositado em um jazigo sob a capela de N. Sra. da Salete, em Vaugirard.
Somos consolados em nossa aflição pelo pensamento de
que nossa família deu a Deus, à Igreja e à França um mártir. Pois é bem por ódio
da fé católica que ele e as outras vitimas foram imolados, e são considerados
geralmente como tais. Demos, então, graças a Deus por nos ter julgado dignos de
lhe oferecer nosso irmão mais generoso na prática das virtudes
religiosas, o mais ardente, o mais esquecido de si mesmo no amor e no serviço
dos pobres.
Já, sem dúvida, rezou muito e mandou rezar por ele.
Continue, caríssimo filho, não esquecendo especialmente as três missas que cada
padre da Congregação celebra por cada um de nossos irmãos falecidos.
Esperamos muito que já encontrou a paz no seio de Deus. Mas, como é sempre de
se temer face à justiça e à santidade divinas, não o privemos de nossos
sufrágios que, se não lhe são proveitosos, serão úteis para outros.
Receba, caríssimo filho, a expressão de meus
sentimentos mais paternos e mais devotados.
Seu amigo e Pai em N.S.
Le Prevost
P.S. Escrevo uma palavra ao Sr. Streicher para trazê-lo
de volta para cá, se você acha sua volta definitivamente desejável. Logo que
tiver chegado aqui, mandarei a você o Sr. Bouquet.
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