Casamento
de seu filho. Retorno a Saint Laurent. Desejo do Céu. Desinteresse.
Chaville, 26 de setembro de 1871
Senhora Marquesa,
Vi com prazer, pela carta que me fez a honra de
escrever no dia 17 deste mês, que o grande e interessante assunto que a ocupa
neste momento estava sempre em exame e parecia o objeto de uma séria atenção da
parte da família que projeta unir-se à sua. Se não me engano, tudo lhe agrada,
e a hesitação, no caso de haver, poderia vir somente do fato de que seu caro
filho, ainda bem novo, teria o ar mais reservado e menos confiante em si do que
acontece com a maioria dos jovens de hoje. A meu ver, é um mérito e não uma
imperfeição. Seu caro filho está, acho, com a atitude certa e conveniente.
Seria ele menos correto e menos amável se fosse diferente. A flor precede o
fruto e o faz pressentir. De resto, isso aqui é simples conjectura de minha
parte. Como não vejo nenhuma razão para hesitar, imagino umas. Pode ser, aliás,
simples prudência e para tornar a decisão tão bem esclarecida quanto é
possível.
O Sr. Cochin me falou do assunto. Pude lhe dizer tudo
o que pensava, e a Senhora adivinha em que termos devo ter falado. Compreendo
bem a alegria que sentiu, assim como a Senhora d’Hurbal e seu caro filho
também, ao entrarem novamente em Saint Laurent. Após uma longa ausência, há tantas
lembranças, tantas impressões profundas ligadas à morada compartilhada durante
muito tempo com seres amados e dos quais alguns, de costume, já estão longe ou,
então, nos aguardam num mundo melhor. Oh! nessa última morada do reino celeste,
não haverá mais o pesar da saída nem a alegria da volta, pois a estada ali será
permanente, nada mais podendo nunca ser desejado. São Pedro pressentia essa
alegria sem fim nem mudança quando dizia a Nosso Senhor no Thabor: “É bom
estarmos aqui, façamos, por favor, três tendas.” Espero bem, cara Senhora, que,
um dia, encontre ali três tendas também: uma para sua excelente mãe, uma para a
Senhora e a outra para seu filho, bem perto, nem precisa falar, da tenda onde
já repousa na paz seu bem-amado marido.
Peço-lhe, Senhora, para não se preocupar com dinheiro
no que me toca, num momento em que seus próprios negócios o tornam muito
necessário em vista do grande projeto. Seus dons chegarão a tempo mais tarde e
me serão mais preciosos se foram sem nenhum prejuízo de necessidades mais
urgentes.
Ficarei sabendo com prazer que tudo está a seu gosto
em sua paróquia e que o espírito de suas populações não está estragado demais
pelos sopros ruins de nosso tempo. Oh! como se teria pressa de respirar um ar
mais amplo e mais puro. Possa o Senhor devolver a serenidade a nosso Céu!
Queira aceitar, Senhora Marquesa, e partilhar com as
queridas pessoas que a cercam, todos os meus sentimentos de respeito e de bem
profundo devotamento em N.S.
Seu humilde servo e amigo
Le Prevost