O
Sr. Faÿ saiu para descansar no Sul. Atenção do Sr. Le Prevost. Algumas
notícias.
Chaville, 15 de dezembro de 1871
Meu caríssimo amigo e filho em N.S.,
As notícias que recebemos até agora sobre sua viagem e
sua chegada em Hyères nos dão satisfação e nos deixam esperar que sinta as
influências salutares do clima do Sul, embora a temperatura não esteja neste
momento, nos diz o Sr. Tulasne, tão morna e doce como de costume. Fica, no
entanto, bem mais suportável do que o ar glacial que é aqui nosso quinhão.
Tivemos, nestes últimos dias, 21 graus de frio e uma neve espessa cobre
constantemente a terra. Atravessa-se o Sena a pé enxuto e, em contrapartida, as
ruas estão impraticáveis logo que a neve se derrete um pouco. Quantas vezes,
pensando na conveniência tão perfeita de sua partida que o subtrai a essa rude
prova, temos repetido a palavra tão verdadeira: “Para ovelha tosquiada, Deus
mede o vento”. É você, caro amigo, que é atualmente essa ovelha amada que o
Senhor preserva contra o frio e o vento. Tenhamos, então, boa coragem. Vela
sobre você com uma terna atenção, Ele o protegerá ainda, lembrando-se de que
Lhe pertence, que faz parte do rebanho escolhido que Ele conduz com predileção.
Continuamos a rezar bem fielmente por você e por seu companheiro de
viagem [Auguste Faÿ, seu irmão]. Todas as noites, nas recomendações, seus
nomes são sempre pronunciados, com uma lembrança também para os amigos
devotados dos quais Deus faz, a seu respeito, os instrumentos de sua bondade
paterna.
Tudo anda mais ou menos como de costume em nossa
pequena família. As notícias de Tournay são satisfatórias, em particular as
obras se mantêm. O Sr. Boulangé fez uma pequena brochura sobre o Advento,
simples e popular como seu pequeno mês de São José. Se não recebeu um
exemplar, diga-me, cuidarei que lhe seja enviado.
Comuniquei à sua cara irmã [Sra. Bachotet], que vimos
duas ou três vezes desde sua saída, tudo o que sabemos sobre sua viagem e seu
estado de saúde. O irmão Auguste já lhe havia dado, no conjunto, os mesmos
pormenores. Ontem, trouxe, para cada um de vocês, 131f, saldo da sucessão de sua
boa mãe. Teremos, portanto, o suficiente, seja para seus gastos de volta, seja
para as necessidades que teriam até lá.
Não deixe de nos enviar, através de seu irmão,
notícias freqüentes e bem detalhadas, seja aqui, seja em Vaugirard. Nossas
correspondências são postas em comum, como nossos sentimentos. A Sra. Restou se
enclausura até agora em sua casa, mas, se o frio durar, a fará sair de lá.
Pergunta sempre afetuosamente sobre sua saúde. Comunicamos-lhe tudo o que nos
chega de sua parte. É por seu intermediário, parece, que o Sr. padre Arnaud lhe
levará o precioso socorro das visitas do divino Senhor na Santa Eucaristia. Sua
alma assim terá, em sua solidão, a mais doce consolação que se possa receber
aqui em baixo.
Adeus, meu caríssimo amigo, partilhe com seu irmão
todos os meus sentimentos de terna afeição e acredite-me como sempre em N.S.
Seu bem devotado amigo e Pai
Le Prevost
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