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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1601 - 1700 (1870 - 1872)
    • 1693 - à Sra. Marquesa de Houdetot
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1693 - à Sra. Marquesa de Houdetot

Orações às intenções do jovem casal. Conselhos para uma casa de retiro. E, para uma estada em Hyères, entrar em contato com os dois irmãos Tulasne.

 

Chaville, 15 de dezembro de 1871

 

Senhora Marquesa,

 

Não saberia dizer como os detalhes cativantes de sua carta sobre o casamento de seu caro filho me interessaram vivamente. Parecia-me quase assistir à cerimônia e a todos os atos desse evento de uma tão elevada gravidade para a Senhora e para toda a sua família. Espero com a Sra. que a Senhora de Saint Maur, tão útil a seus caros filhos, não lhes será tirada. Vou rezar bem insistentemente nessa intenção, para que esse apoio continue ao jovem casal, e também para que, após tantos trabalhos e preocupações, tenha um pouco de calma e de repouso.

Responderei, se quiser, brevemente à sua tão interessante epístola, para submeter-lhe sem demora algumas indicações sobre o asilo de paz que desejaria achar, com a Senhora sua mãe, para alguns meses de inverno. Em Paris, não conheço nenhuma casa particular ou hotel que possa assinalar a seu exame. Há várias comunidades que acolhem, ou em pensão ou em estada temporária, as senhoras cristãs: a Abbaye-aux-Bois, Saint Thomas de Villeneuve, e particularmente as Dames de la Retraite, na rua du Regard. As pessoas mais sérias vão, com satisfação, morar ali para uma estada mais ou menos longa. Uma outra seria também muito conveniente, e tem especialmente essa destinação, é o estabelecimento das Dames Augustines, mas não a cito por causa de seu afastamento, rua de la Santé, perto da rua Saint Jacques. Pode-se lamentá-lo, aliás, a casa é magnífica, o jardim imenso, a capela muito rica, a composição pessoal escolhida.

 

No Sul, tenho poucas relações, exceto em Hyères. Em Cannes, onde passei um inverno, conheci somente pessoas em estada passageira, como era meu caso. Talvez tenha ainda ali um velho amigo, conhecido do Sr. de Caulaincourt (Sr. de Malartic), mas tinha saúde frágil e, há muito tempo, não ouvi mais falar nele.

 

Em Hyères, onde estive no passado com a Sra. de Rugg e sua cara filha, tenho dois velhos amigos (50 anos), bem conhecidos também pelo Sr. de Caulaincourt. Têm, perto da cidade, uma propriedade bastante linda onde passam os invernos. No verão, residem em Chaville. São dois cristãos fervorosos (Srs. Tulasne), pouco freqüentadores do mundo, muito simples, distintos, porém. Um é membro do Instituto, o outro é médico, mas médico dos pobres somente, porque seu estado de fortuna lhes permite entregar-se às boas obras. A terna amizade que une esses dois irmãos, ambos solteiros, é uma coisa rara e tocante. Poderia encontrar neles todas as indicações e delicadezas que lhe pareceriam necessárias. São bons e serviçais em um grau pouco comum. Saíram de Chaville há apenas quinze dias. Levaram consigo um de nossos padres mais devotados, o padre Faÿ, cujo peito está bastante gravemente atingido para nos dar inquietações bem sérias. Vão cuidar dele, como se fosse para eles um terceiro irmão.

 

Não têm em sua casa alojamentos disponíveis, mas poderiam lhe segurar um, provisoriamente, num hotel, para que pudessem livremente escolher pessoalmente as condições de morada ou outras nas quais lhe conviria se situar. Encontram-se em Hyères todas as acomodações para viver do jeito que se quer. A região é encantadora. Há duas igrejas, das quais uma é muito linda, e várias capelas com um clero de elite. Se desejasse, escreveria a meus dois amigos para que se assegurem de que, fora dos hotéis, há alojamentos simples e convenientes livres neste momento, e quais as facilidades se tem para o serviço. Quando residi nessa cidade, não havia sob esse aspecto, como para o resto, embaraço algum a recear. Aguardarei sua resposta, Senhora Marquesa, para seguir, num sentido ou noutro, as vistas às quais julgaria dever se ater. Se consultasse unicamente minha própria atração, inclinaria muito para Paris, que me aproximaria algumas vezes da Sra., mas é certo que haverá tranqüilidade ali, o inverno não será bem rigoroso ali? Dupla incerteza. Não conheço ninguém em Pau. Fiquei seis semanas em Grasse, lindíssima região assim como Cannes, mas ali também não tenho nenhum conhecido.

 

Queira aceitar, assim como a Senhora dHurbal, meus respeitos e devotamentos.

 

                                               Le Prevost

 

 

 

 




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