Orações
às intenções do jovem casal. Conselhos para uma casa de retiro. E, para uma
estada em Hyères, entrar em contato com os dois irmãos Tulasne.
Chaville, 15 de dezembro de 1871
Senhora Marquesa,
Não saberia dizer como os detalhes cativantes de sua
carta sobre o casamento de seu caro filho me interessaram vivamente. Parecia-me
quase assistir à cerimônia e a todos os atos desse evento de uma tão elevada
gravidade para a Senhora e para toda a sua família. Espero com a Sra. que a
Senhora de Saint Maur, tão útil a seus caros filhos, não lhes será tirada. Vou
rezar bem insistentemente nessa intenção, para que esse apoio continue ao jovem
casal, e também para que, após tantos trabalhos e preocupações, tenha um pouco
de calma e de repouso.
Responderei, se quiser, brevemente à sua tão
interessante epístola, para submeter-lhe sem demora algumas indicações sobre o
asilo de paz que desejaria achar, com a Senhora sua mãe, para alguns meses de
inverno. Em Paris, não conheço nenhuma casa particular ou hotel que possa
assinalar a seu exame. Há várias comunidades que acolhem, ou em pensão ou em
estada temporária, as senhoras cristãs: a Abbaye-aux-Bois, Saint Thomas de
Villeneuve, e particularmente as Dames de la Retraite, na rua du Regard.
As pessoas mais sérias vão, com satisfação, morar ali para uma estada mais ou
menos longa. Uma outra seria também muito conveniente, e tem especialmente essa
destinação, é o estabelecimento das Dames Augustines, mas não a cito por causa
de seu afastamento, rua de la
Santé, perto da rua Saint Jacques. Pode-se lamentá-lo, aliás,
a casa é magnífica, o jardim imenso, a capela muito rica, a composição pessoal
escolhida.
No Sul, tenho poucas relações, exceto em Hyères. Em Cannes,
onde passei um inverno, conheci somente pessoas em estada passageira, como era
meu caso. Talvez tenha ainda ali um velho amigo, conhecido do Sr. de
Caulaincourt (Sr. de Malartic), mas tinha saúde frágil e, há muito tempo, não
ouvi mais falar nele.
Em Hyères, onde estive no passado com a Sra. de Rugg e
sua cara filha, tenho dois velhos amigos (50 anos), bem conhecidos também pelo
Sr. de Caulaincourt. Têm, perto da cidade, uma propriedade bastante linda onde
passam os invernos. No verão, residem em Chaville. São
dois cristãos fervorosos (Srs. Tulasne), pouco freqüentadores do mundo, muito
simples, distintos, porém. Um é membro do Instituto, o outro é médico, mas
médico dos pobres somente, porque seu estado de fortuna lhes permite
entregar-se às boas obras. A terna amizade que une esses dois irmãos, ambos
solteiros, é uma coisa rara e tocante. Poderia encontrar neles todas as
indicações e delicadezas que lhe pareceriam necessárias. São bons e serviçais
em um grau pouco comum. Saíram de Chaville há apenas quinze dias. Levaram consigo
um de nossos padres mais devotados, o padre Faÿ, cujo peito está bastante
gravemente atingido para nos dar inquietações bem sérias. Vão cuidar dele, como
se fosse para eles um terceiro irmão.
Não têm em sua casa alojamentos disponíveis, mas
poderiam lhe segurar um, provisoriamente, num hotel, para que pudessem
livremente escolher pessoalmente as condições de morada ou outras nas quais lhe
conviria se situar. Encontram-se em Hyères todas as acomodações para viver do
jeito que se quer. A região é encantadora. Há duas igrejas, das quais uma é
muito linda, e várias capelas com um clero de elite. Se desejasse, escreveria a
meus dois amigos para que se assegurem de que, fora dos hotéis, há alojamentos
simples e convenientes livres neste momento, e quais as facilidades se tem para
o serviço. Quando residi nessa cidade, não havia sob esse aspecto, como para o
resto, embaraço algum a recear. Aguardarei sua resposta, Senhora Marquesa, para
seguir, num sentido ou noutro, as vistas às quais julgaria dever se ater. Se consultasse
unicamente minha própria atração, inclinaria muito para Paris, que me
aproximaria algumas vezes da Sra., mas é certo que haverá tranqüilidade ali, o
inverno não será bem rigoroso ali? Dupla incerteza. Não conheço ninguém em Pau. Fiquei seis semanas
em Grasse, lindíssima região assim como Cannes, mas ali também não tenho nenhum
conhecido.
Queira aceitar, assim como a Senhora d’Hurbal, meus
respeitos e devotamentos.
Le Prevost