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Jean-Léon Le Prevost
Cartas

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  • Cartas 1701 - 1806 (1872 - 1874)
    • 1752 - à Sra. Marquesa de Houdetot
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1752 - à Sra. Marquesa de Houdetot

Um livro para os leigos, recomendado outrora pelo padre de Malet. É preciso levar a cruz das provações cotidianas.

 

Vaugirard, 23 de maio de 1873

 

Senhora Marquesa,

 

Fiquei muito comovido pela amável exatidão com que quis bondosamente cumprir a promessa de me dar notícias suas e da Senhora sua mãe, quinze dias ao máximo após sua saída. Estive duplamente feliz, pois seus caros filhos tinham também chegado em Saint Laurent. Fiquei sabendo, na mesma ocasião, que a Senhora e os que compõem o círculo íntimo de sua mais querida família, agora reunidos ao seu redor, estão todos gozando de uma saúde satisfatória e que estão entrevendo, após seus longos cansaços, alguns dias de paz e da alegria de coração. Bendito seja Deus e possa Ele prolongá-los numa duração indefinida!

 

Não ouso dizer que me apresso em responder à sua cara missiva, sendo que já chegou em minhas mãos há uma semana, mas aguardava essas poucas palavras que me anunciava sobre a solução das ofertas para a locação da fazenda. Entendo que esse negócio, qualquer que seja o sentido para o qual se orientar, é muito importante no tempo particularmente crítico em que nos encontramos. Estarei muito satisfeito por aprender que toda preocupação é tirada nesse ponto para a Senhora Marquesa e para os seus. Conto sempre que vai querer bondosamente me enviar as poucas linhas prometidas especialmente para esse interessante assunto.

 

Procurei atentamente, em nossa biblioteca de Vaugirard, o livro de que lhe falara: Conseils (acho) à une dame vivant dans le monde : todas as minhas buscas ficaram sem resultado. Mas, na falta das informações que me teria fornecido sobre o endereço do editor, conseguirei, espero, achá-lo de outra maneira. Muito me alegrará enviá-lo à Senhora. Guardei dele, através da distância de vários anos, uma excelente lembrança. Aliás, me tinha sido indicado pelo padre Comte de Malet, homem tão piedoso quanto esclarecido, cujo juízo era de um grandíssimo peso. Não quer dizer, Senhora, que esteja esquecendo da experiência própria que já lhe é adquirida, mas, mesmo com um grande conhecimento do mundo e um espírito muito judicioso, se pode, em muitos casos, ficar indeciso sobre os meios de conciliar com o espírito cristão as exigências da posição, as concessões a fazer às afeições, o suporte dos abusos que se hesita em reprimir. Um conselho autorizado pode então se constituir em um grande socorro. Parece que o livro em questão pode concorrer a isso. Por isso, ficarei feliz se puder achá-lo de novo.

 

Deve ter reencontrado com alegria sua cara residência de Saint Laurent que deve, neste momento, estar resplandecente de todas as maravilhas da primavera. A Senhora dHurbal, em particular, que trata dos canteiros, deve admirar as primeiras flores, com as promessas mais lindas ainda da estação de verão. É verdade que, nas mais amáveis moradas e nas mais satisfatórias condições, não se está isento de penas e de provações. Mas, além de que o ano não parece se apresentar à Senhora Marquesa sob aspectos inquietantes, seu coração cristão sabe bem todo o partido que se pode tirar espiritualmente dessas provações quotidianas. Mudam-se para nós, fazem-nos como que uma gloriosa coroa pela união com a do Salvador e a santa conformidade à vontade de nosso Pai Celeste. Tudo me deixa pensar que, cada vez mais, aceitará tudo nesse espírito de perfeição. O Sr. de Caulaincourt está aqui há alguns dias, como representante de Lille em grandes assembléias caridosas. Veio me visitar em Chaville no dia aniversário do falecimento da Senhora de Caulaincourt, querendo falar dela com alguém que a tivesse amado e apreciado.

 

Peço-lhe, se quiser, Senhora Marquesa, endereçar suas cartas para Chaville. Na minha ausência, em Vaugirard, correriam o risco de serem abertas, porque dei essa autorização para as cartas que se suspeita serem de negócios.

 

Queira aceitar, para a Senhora dHurbal e para si mesma, Senhora, os sentimentos de respeito e de devotamento de

 

Seu humilde e todo apegado servo em N.S.

 

 

                                               Le Prevost

 

 




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