A
respeito de um livro do padre Bautain.
Chaville, 29 de junho de 1873
Senhora Marquesa,
Estou muito confuso por ter tardado tanto em mandar-lhe
a obra de que lhe falara nos últimos tempos de sua estada em Paris. As buscas que fiz
em casa nos foram inúteis, e não pude também encontrá-la fora, na falta de
lembrança precisa do título e do nome do autor. Pensei que o livro composto
pelo Sr. Bautain, antigo Diretor de Juilly e Vigário Geral de Paris, poderia
substituir vantajosamente aquele que me faltava, e tomei a liberdade de
enviá-lo à Senhora. Confesso que não o li, mas é um escrito muito estimado. O
autor, que conheci muito bem, era um homem de grande talento, moralista de
primeira linha. Ficaria feliz se seu livro lhe agradasse e lhe fosse um pouco
útil. Acho que a Senhora sua mãe, e também a Senhora sua nora, o leriam com
interesse. Nos dias de chuva, no campo, recorre-se de bom grado à leitura. Já
faz muito tempo que não recebi notícias suas, Senhora Marquesa. Gostaria muito
de saber se sua saúde se mantém, se a Senhora Viscondessa d’Hurbal e todos os
que a cercam, incluindo a pequena Maria, vão bem, se a grande fazenda está
alugada e muitas outras coisas ainda. Perdoe-me, por favor, tanta curiosidade,
mas como fazer de outro jeito quando nos interessamos de coração em todos e em
toda coisa num mundo querido, seleto, venerado e amado?
Espero que, em testemunho da indulgência a mim concedida,
vá receber uma carta um pouco longa, não ouso dizer muito, que me dará alegria
e boa confiança no futuro.
Queira aceitar, Senhora Marquesa, e partilhar com a
Senhora d’Hurbal e todos os seus entes queridos, meus sentimentos de respeito e
de devotamento em N.S.
Seu humilde e obediente servo
Le Prevost